Telejornalismo

Andréia Sadi e Daniela Lima dão frescor ao noticiário político

Ambas são talentosas, bastante ativas nas redes sociais e têm perfil investigativo

Publicado em 23/02/2021

Em tempos difíceis na cobertura da política nacional, as jornalistas Andréia Sadi (Globo e GloboNews) e Daniela Lima (CNN Brasil) mostram um bem-vindo viço para este tipo de noticiário, ao darem ânimo renovado para os termos repórter/comentarista (Andréia) e âncora (Daniela) no telejornalismo.

Ambas – que estão na faixa dos 30 e poucos anos – talentosas, de perfil investigativo para cobertura de bastidores, são bastante ativas nas redes sociais, em especial no Twitter (a preferida dos jornalistas), sempre atualizando suas novidades jornalísticas em sintonia com os fatos que noticiam.

Em comum, as duas tiveram experiências anteriores em outros meios que não a TV, como portais, jornal, revista, o que lhes garantiu a aplicação de habilidades inerentes ao bom exercício da profissão. São exemplos de jornalistas de TV que, tendo texto próprio, não se atêm apenas à leitura de teleprompter no estúdio ou a um texto decorado numa entrada externa.

Pesquisar os temas abordados, ter contato com as fontes, checar informações e fazer entrevistas objetivas são alguns dos preceitos básicos para a prática diária do bom jornalismo. Além, é claro, da redação da notícia em si.

Em TV, são necessárias ainda boas dicção, postura física e de voz, noção de tempo, além de uma capacidade de reação imediata e improviso diante de qualquer adversidade em entradas ao vivo. Nestes quesitos, elas não deixam nada a dever às jornalistas veteranas da cobertura da cena política.

Andréia Sadi

A jornalista da Globo e Globonews Andréia Sadi ReproduçãoGloboNews

Paulistana, Andréia Sadi começou como repórter na GloboNews em 2015, após ter passado por portais, jornais (Estadão e Folha de S. Paulo) e de ter atuado em Brasília. Hoje está em praticamente todas as mídias da Globo.

Escreve em blog no G1 e fala no podcast Papo de Política. Também pode ser ouvida na rádio CBN, entra ao vivo no Jornal Hoje e tem um programa próprio, o Em Foco com Andréia Sadi, na GloboNews.

As interações ao vivo que começaram no estúdio do Jornal Hoje, no ano passado, quando Andréia Sadi batia papo com Maju Coutinho, contribuíram muito para explicar ao público do horário as conturbadas voltas e reviravoltas políticas no governo Bolsonaro.

Bem como a dança de cadeiras dos ministros, com as saídas seguidas dos titulares das pastas da Saúde (Henrique Mandetta e Nelson Teich), além do ministro da Justiça, Sérgio Moro.

Mas foi na cobertura do caso da prisão de Fabrício Queiroz, o policial militar aposentado e ex-assessor e ex-motorista do senador Flávio Bolsonaro, que Andréia se destacou.

Ao conseguir uma entrevista exclusiva com o advogado Frederick Wassef, dono do imóvel em Atibaia onde Queiroz foi preso após mais de um ano desparecido, ela não se convenceu.

Diante das respostas evasivas do advogado sobre como o assessor envolvido no inquérito das chamadas “rachadinhas” teria se escondido na sua propriedade, ela insistiu.

O trecho acabou viralizando pela contundência das perguntas. Andréia questionou como o ex-assessor tinha entrado na casa: “O Queiroz pulou o muro? Apareceu voando na casa do senhor? Ou foi levado por alguém?”.  

Atualmente, a jornalista está grávida e, em tempos de pandemia, suas aparições têm sido a partir do seu home office, tanto nas interações do Jornal Hoje como na programação da GloboNews. É de casa onde ela comanda também o dominical Em Foco com Andréia Sadi.  

No domingo (21), a entrevistada de Andréia foi Damares Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos do governo Bolsonaro.  A ministra, uma das mais populares do atual gabinete, tem forte agilidade retórica, capaz de converter qualquer pergunta com possível carga negativa numa resposta imediata em defesa do governo.

Assim, um a um, cada tema polêmico de sua pasta – como as questões sobre aborto, home schooling, saúde de povos indígenas e quilombolas, educação sexual nas escolas -, até a defesa da cloroquina como forma de tratamento para a covid-19, tiveram respostas contestadas por Andréia de forma respeitosa, porém contundente – à edição do programa coube a tarefa de ilustrar alguns esclarecimentos.

Daniela Lima

Daniela Lima era apresentadora de O Mundo Pós-Pandemia, da CNN Brasil
Daniela Lima apresentadora da CNN Brasil ReproduçãoCNN Brasil

A jornalista brasiliense Daniela Lima tem menos tempo de TV, mas não parece. Foi uma grata surpresa sua troca de veículo, passando da mídia impressa para a televisão. O trabalho na editoria de Política do jornal Folha de S. Paulo, onde editava a coluna Painel, levou-a ao comando simultaneamente do Roda Viva, da TV Cultura, em agosto de 2019.  

Foram menos de seis meses à frente do programa de entrevistas, que acabaria premiado como o melhor daquele ano na categoria Jornalismo pela Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA). Até que ela foi contratada para a estreia da CNN Brasil.

Na CNN Brasil, Daniela ingressou junto a um casting de jornalistas já consagrados da TV: Monalisa Perrone, Reinaldo Gottino, William Waack e Evaristo Costa, entre outros.

Bastaram algumas edições na bancada do CNN 360º para ela mostrar toda sua competência para ancorar a atração e ao mesmo tempo conduzir entrevistas, reportar apurações próprias dos acontecimentos políticos e se manter online nas redes.

A âncora está fora de um programa tipo talk show na emissora desde sua saída de O Mundo Pós Pandemia – que foi substituído por outro programa, o Nosso Mundo  – a fim de se dedicar à cobertura das Eleições Municipais de 2020.

Ela segue na bancada do jornal vespertino CNN 360º, agora ao lado da ex-Globo Gloria Vanique. Não por acaso, Daniela foi apontada como uma das finalistas na categoria Destaque do Ano de 2020 da APCA, tamanha sua competência na condução do noticiário.

E ela não decepciona: na semana passada, ao reproduzir ipsis lilteris a frase do deputado Daniel Silveira (PSL/RJ), ela soltou, justificadamente, um palavrão no ar. Certíssima!

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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