RAINHA DA TRAPAÇA

The Dropout apresenta golpista que deixa Anna Sorokin no chinelo

Conheça a história real de Elizabeth Holmes, falsária no centro de nova minissérie do Star+

Publicado em 02/03/2022

Na seara atual de produções do mundo do entretenimento sobre golpistas profissionais, vem aí uma história que ganha (em canalhice) de todas. O Star+ lança na quinta-feira (3) a minissérie The Dropout, sobre a falsária Elizabeth Holmes, interpretada por Amanda Seyfried, que deixa a Anna Sorokin/Delvey de Inventando Anna (Netflix) no chinelo.

O encanto de Elizabeth Holmes não foi apenas para proveito próprio, atrás de luxo ou de benesses da vida na alta sociedade. Ela armou um esquema, aliando medicina e tecnologia, que enganou pacientes e investidores interessados em um procedimento inédito e (supostamente) revolucionário.

Ex-aluna de Stanford, uma das universidades mais respeitados no círculo acadêmico nos Estados Unidos, Elizabeth largou os estudos em 2003, com 19 anos, e fundou a empresa Theranos, situada no coração do Vale do Silício e à procura de financiadores do projeto ousado: realizar exames de sangue precisos, para detectar qualquer tipo de doença, usando apenas uma gota de sangue.

Na prática, isso significava o fim da agulha na veia e toda aquela aparelhagem usada nos exames convencionais. Um furo na ponta do dedo seria suficiente.

A golpista Elizabeth Holmes na sede da empresa Theranos
A golpista Elizabeth Holmes na sede da empresa Theranos

Receio e exposição

Lar de corporações gigantescas do ramo tecnológico, o Vale do Silício (na Califórnia) é ocupado por uma multidão de investidores profissionais e empresas de capital de olho na próxima novidade transformadora. Vale ressaltar que esse povo não caiu no papo da empreendedora e nunca embarcaram nessa canoa furada.

Contudo, o charme de Elizabeth conquistou ricos independentes, aquelas pessoas com tanto dinheiro na conta que não sabem onde gastar. Herdeiros milionários também apostaram na startup médica. A Theranos foi ganhando corpo, o conselho administrativo se formou com nomes proeminentes, de militares a políticos, e o negócio crescia em credibilidade.

O boom e a decadência da Theranos vieram mais de uma década depois. Em 2014, quando a companhia valia US$ 9 bilhões, Elizabeth Holmes passou a ser destaque na mídia especializada, tanto de tecnologia quanto de finanças. As capas de revistas como Forbes e Fortune com o rosto da jovem estampado serviam como se fosse aprovação de um fiador. Ela foi chamada de “a nova Steve Jobs”.

Assim como em Inventando Anna, a imprensa teve um papel importante para desmascarar a golpista. Em 2015, o Wall Street Journal deu o pontapé nisso ao expor, com provas, inúmeras acusações contra Theranos e Elizabeth Holmes, variando desde o quase nulo investimento no tal teste de sangue revolucionário até irregularidades graves nos laboratórios da empresa. E ela sabia de todas as falhas, mas não contava para ninguém.

Como em um estalar de dedos do Thanos, o jogo virou. A Forbes, que um dia rotulou Elizabeth como a mais jovem bilionária self-made (fortuna própria) dos Estados Unidos, mudou a avaliação, a deixando pobre com um zero na coluna da fortuna estimada; que já fora de US$ 4,5 bilhões.

A Justiça americana entrou na parada e a coisa ficou mais séria. Isso porque a Theranos declarou falência em 2018 sem pagar dívida de US$ 60 milhões. A projeção de perda dos investidores girava em torno do US$ 1 bilhão.

Em janeiro deste ano, Elizabeth Holmes recebeu quatro condenações (enfrentou 11 acusações), incluindo fraude e conspiração. Ela aguarda a sentença, prevista para sair em setembro, podendo pegar 20 anos atrás das grades, mais o peso de uma multa milionária.


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