Crítica de TV

Horário alternativo ou tapa-buraco? Por que reprisar Cara e Coragem nas madrugadas?

Faixa entre meia-noite e 6h tem público, o que a tornou merecedora de mais atenção

Publicado em 02/06/2022

Estreada na segunda-feira (30), a novela das 19h Cara e Coragem, da TV Globo, trouxe uma novidade: um horário alternativo, a exemplo do que ocorre com as reprises do Canal Viva. Por volta de 2 da madrugada, quem perdeu ou quiser rever o capítulo de algumas horas antes passa a ter essa oportunidade, inclusive aos sábados, de acordo com a emissora.

No ano passado, a TV Globo promoveu algumas experiências no Corujão, substituindo os filmes durante alguns dias por séries nacionais – Desalma, no Corujão Mistério, e Eu, a Vó e a Boi, no Corujão Humor -, no mesmo horário agora ocupado pela segunda exibição do capítulo da novela das 19h.

“Sabendo que o brasileiro ama novelas e que, na madrugada, temos parte do público acordado – os jovens representam um terço dos televisores ligados na TV Globo neste horário –, a emissora passa a oferecer um horário alternativo para que todos possam embarcar nas tramas dos dublês, praticantes de parkour e dança vertical, além de muita história de amor, encontros, desencontros e humor”, divulgou a emissora em nota.

Além disso, a nova sessão Comédia na Madruga exibe o humorístico Vai que Cola entre o capítulo da novela e o noticiário Hora 1, que entra no ar às 4h. O Corujão tradicional, com filmes, fica agora restrito às sextas-feiras, depois do Vai que Cola, e aos sábados, após o capítulo da novela.

Para alguns, a iniciativa de apresentar no meio da madrugada uma novela em horário alternativo e um humorístico pode parecer simples tapa-buraco, numa faixa de menor apelo de audiência.

No entanto, como a própria TV Globo afirma, a troca de uma sessão de filmes com cartazes de ação frequentes por uma novela que tem na mesma ação um de seus ingredientes, feita para um público “jovem” num horário idem, faz todo o sentido. E seguramente não ocorre à toa.

Assim como nada impede que novelas de outras faixas, como 18h e 21h, também ganhem essa “segunda chance” algumas horas depois, em breve.

O próprio movimento dos últimos anos, de alongar as linhas de shows para além de meia-noite e antecipar para 4h ou antes a grade matutina, especialmente com telejornais ou jornalísticos – até o Globo Repórter andou sendo reprisado às 4h, lembram-se? -, aponta que a madrugada tem merecido um olhar mais “carinhoso” da TV Globo, e da própria TV aberta. O que justifica produtos inéditos para esse telespectador que está acordado noite adentro, inclusive.

As informações e opiniões expressas nesta crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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