Lembranças

Em que ano passou a novela Bambolê? Relembre as atrações da TV na época

Sassaricando e Mandala eram as outras novelas inéditas da TV Globo na época

Publicado em 30/11/2022

Atração do Canal Viva em sua faixa das 14h40, com exibição no horário alternativo de 0h30, a novela Bambolê ganha agora sua primeira reprise. Exibida originalmente entre 7 de setembro de 1987 e 26 de março de 1988 às 18h pela TV Globo, a obra foi escrita por Daniel Más, com a colaboração de Ana Maria Moretzsohn.

Baseada no romance Chama e Cinzas, de Carolina Nabuco, publicado em 1947, Bambolê fala de um viúvo, Álvaro Galhardo (Cláudio Marzo) e suas três filhas – Ana (Myrian Rios), Yolanda (Thaís de Campos) e Cristina (Carla Marins) -, criadas por ele de um modo nada convencional que desagrada sua cunhada, Fausta (Joana Fomm). Muito rica, a megera deseja ter as sobrinhas consigo, para cuidar do futuro delas.

Na época a programação dos nossos canais abertos era um pouco diferente da de hoje em dia… Bem como algumas figuras que disputavam os pontos do Ibope eram as mesmas de 2020. Relembre no Observatório da TV o que estava no ar naquele final de 1987 e primeiro semestre de 1988 na nossa telinha.

As novelas que conviveram com Bambolê

Durante quase todo o tempo em que Bambolê esteve no ar na TV Globo como novela das 18h, a atração das 20h era Mandala, de Dias Gomes, escrita com Marcílio Moraes. A novela fazia uma transposição livre da tragédia grega Édipo Rei, de Sófocles, para o Rio de Janeiro dos anos 1980. A estreia foi em 12 de outubro de 1987 – nas primeiras semanas de Bambolê, a novela das 20h era O Outro, de Aguinaldo Silva, com Francisco Cuoco em papel duplo.

Vera Fischer (Jocasta), Felipe Camargo (Édipo), Nuno Leal Maia (Tony Carrado), Carlos Augusto Strazzer (Argemiro), Gracindo Júnior (Creonte), Gianfranesco Guarnieri (Túlio), Paulo Gracindo (Vovô Pepê), Grande Otelo (Jonas Caetano) e Perry Salles (Laio), entre outros, integravam o elenco estelar.

Na faixa das 19h, durante a maior parte do tempo Bambolê conviveu com Sassaricando, novela de Silvio de Abreu com direção-geral de Cecil Thiré. Aparício Varela (Paulo Autran) fica viúvo da opressora Teodora (Jandira Martini) e resolve “saçaricar”, ao reencontrar o amor de juventude, Rebeca (Tônia Carrero), que mora com as novas amigas Leonora (Irene Ravache) e Penélope (Eva Wilma).

Sassaricando estreou em 9 de novembro de 1987. Em seus dois primeiros meses, Bambolê teve como companheira das 19h Brega & Chique, de Cassiano Gabus Mendes, com Glória Menezes e Marília Pêra nos papéis principais de Rosemere e Rafaela, que a vida troca de lugar depois da suposta morte do marido de ambas, Herbert (Jorge Dória). A primeira fica rica e a segunda passa a viver na pobreza.

No Vale a Pena Ver de Novo, entre setembro de 1987 e abril de 1988 o cartaz foi Amor com Amor se Paga, de Ivani Ribeiro, essa de volta três anos depois da primeira exibição.

Na pequena Monte Santo, o avarento Nonô Correia (Ary Fontoura) “causava” com seu jeito tacanho de viver e atrapalhava o amor do filho Tomás (Edson Celulari) com Mariana (Cláudia Ohana). Só mesmo a fiel empregada Frosina (Berta Loran) – com quem ele acaba se casando – para aguentar o sovina.

Reprise precoce e ausência de novelas à noite: as programações da TV Manchete e do SBT

Na TV Manchete, após o sucesso de Corpo Santo, uma ousada novela calcada no tema da criminalidade, a aposta foi em Carmem, de Glória Perez. Lucélia Santos era a protagonista da história que trazia a cigana sedutora de Prosper Merimée para o Rio de Janeiro dos anos 1980.

No elenco ainda as presenças de Paulo Gorgulho, Paulo Betti, José Wilker, Beatriz Segall, Darlene Glória, Roberto Bomfim, Maurice Vaneau, Odilon Wagner, Juliana Carneiro da Cunha, Rosita Thomaz Lopes, Selma Egrei, Dedina Bernardelli, Nélia Paula, Luís Carlos Arutin, Theresa Amayo, Júlia Lemmertz e Liana Duval, entre outros.

Ainda no campo das novelas, a TV Manchete exibia o Romance da Tarde, a partir das 18h30 – quando criada, a sessão equivalente ao Vale a Pena Ver de Novo ia ao ar bem mais cedo. Quando Bambolê estreou, a emissora de Adolpho Bloch exibia a recentíssima Tudo ou Nada, de José Antonio de Souza, cujo último capítulo havia sido exibido em março de 1987.

A novela contava a vida de Guadalupe (Elizângela), moça suburbana que se casou com César Augusto (Edwin Luisi) contra a vontade da mãe do rapaz, Ema (Vanda Lacerda), e era alvo das investidas do sogro, Ambrósio (Othon Bastos).

Em 1987/88 o SBT não exibiu novelas à noite, nem inéditas, nem em reprise. Mas à tarde, entre duas grandes faixas infantis que vinham da parte da manhã, a emissora de Silvio Santos exibia reprises de novelas, tanto nacionais quanto estrangeiras.

Vida Roubada (1983/84) e Uma Esperança no Ar (1985/86) voltaram ao vídeo nessa época, bem como a porto-riquenha Cristina Bazan (1978), exibida por aqui pela primeira vez em 1983, e Viviana – Em Busca do Amor (1978/79), novela mexicana que por aqui havia ido ar em 1984/85.

O SBT atacava o Jornal da Manchete e a novela das 20h da Globo com séries estrangeiras, entre as quais As Aventuras de B. J., Elo Perdido, Carro Comando e Miami Vice.

1987 foi o último ano de Jô Soares fazendo humor na Globo, com seu Viva o Gordo, no ar nas noites de segunda-feira. No ano seguinte, ele se transferiu para o SBT, onde ficou até 1999 com o talk show Jô Soares Onze e Meia e fez até 1990 o Veja o Gordo. Com sua saída, a emissora criou para as segundas-feiras a sessão de filmes Tela Quente, no ar até hoje.

Às quartas, depois da novela das 20h ia ao ar o Chico Anysio Show. Quinta era dia de Globo Repórter. Terça era a vez a da Terça Nobre, exibindo episódios da série A Gata e o Rato, com Cybill Shepherd e Bruce Willis. Sexta-feira era o dia do musical Globo de Ouro, com a parada de sucessos do momento, e também chegaram a ser exibidos episódios da série Além da Imaginação.

Na faixa das 22h30, com a produção de minisséries suspensa devido a adequação a acordos trabalhistas, a emissora exibiu diversas produções norte-americanas do gênero. Entre elas, Páginas de Ódio, Segredo de Amor, Errol Flynn – O Preço da Fama, O Voo da Águia e Gandhi.

No primeiro trimestre de 1988, ainda com Bambolê no ar, foram reapresentadas às 22h30 algumas minisséries nacionais em versões compactas, como A Máfia no Brasil (1984), Rabo-de-saia (1984) e O Tempo e o Vento (1985).

Na TV Bandeirantes, o Jornal Nacional e a novela das 20h competiam com enlatados como A Feiticeira, Tudo em Família, Levando a Vida, The Cosby Show e Longe dos Olhos, Perto do Coração. Nas noites de quarta-feira, Safenados & Safadinhos, com Fausto Silva, logo depois, na faixa das 21h.

Nos finais de tarde, enquanto a Globo exibia desenhos e séries estrangeiras na Sessão AventuraHe-Man, Thundercats – e na Sessão ComédiaSupergatas, O Poderoso Benson, Caras & Caretas -, a Manchete apostava no público infantil com o Lupu Limpim Claplá Topô, apresentado por Lucinha Lins e Cláudio Tovar. O programa substituiu na grade o Clube da Criança, que acabou voltando em 1988.

No SBT, havia o Show Maravilha mais ou menos no mesmo horário, e pelas manhãs Oradukapeta, com Sérgio Mallandro, e o programa do palhaço Bozo competiam com o global Xou da Xuxa. A Manchete enfrentava os infantis com um telejornal de quatro horas, o Repórter Manchete, exibido das 8h ao meio-dia.

Também de jornalismo, acrescido de variedades, a manhã da Bandeirantes se constituía, com o Brasil Hoje seguido do Dia Dia. Na faixa das 7h, antes de Xuxa, a Globo já exibia a dobradinha de Bom Dia Brasil e Bom Dia local, com o noticiário nacional antes do regional. Abrindo a grade, na Globo o Telecurso 2º Grau e também educativos nas outras emissoras, ou religiosos como O Despertar da Fé, à época na Bandeirantes.

Nas tardes da emissora da família Saad, os infantis TV Fofão e ZYB Bom, além das confusões de Jeannie É Um Gênio e do doce Topo Gigio. Criado por Maria Perego, o ratinho italiano que foi sucesso na TV Globo no fim dos anos 1960, na companhia de Agildo Ribeiro, voltou ao ar com Ricardo Petraglia na apresentação.

A Record, que ainda não havia sido comprada por Edir Macedo, fazia uma programação focada na capital paulista, e suas manhãs apresentavam o Bom Dia Criança e o programa de Sílvio Lancellotti, Comer Bem. Na hora do almoço, o “Jornal da Tosse” Record Em Notícias, com Murilo Antunes Alves, e o Record nos Esportes.

Na sequência, o feminino A Mulher Dá o Recado, que foi apresentado por Márcia Maria e Zildetti Montiel, e mais variedades e prestação de serviços com São Paulo à Tarde e Defenda-se. Já às 19h, José Luiz Menegatti apresentava o Jornal da Record e logo depois vinham séries como Gunsmoke na Sessão Bang-Bang.

Depois da novela Carmem, por volta das 22h20min, a Manchete oferecia opções variadas como as entrevistas de Roberto D’Ávila em Conexão Internacional, e as séries Hunter e Retrato Falado. No final de 1987 foi exibida uma minissérie brasileira, A Rainha da Vida, protagonizada pela atriz Florinda Bolkan.

A linha de shows do SBT, que à época já contava com atrações como Hebe e A Praça É Nossa, oferecia filmes e séries nas outras noites da semana, entre as quais Casa do Terror, às sextas.

Em jornalismo, antes da estreia do TJ Brasil com Boris Casoy, em 1988, o principal noticiário da casa era o Noticentro, por volta das 19h, enquanto no final da noite ia ao ar o Jornal 24 Horas. Entre os apresentadores, Lívio Carneiro, Antonio Casale e Tony Astassiê.

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