In Memoriam

Cearense de nascimento e carioca de quilometragem, Milton Moraes marcou a teledramaturgia

Ator iniciou a carreira no fim da década de 1940, e estourou na TV nos anos 1970

Publicado em 09/04/2024

Na ativa no teatro desde o fim dos anos 1940, Milton Moraes tornou-se conhecido do grande público proporcionado pela televisão nos anos 1970, quando passou a integrar os elencos de novelas de sucesso na TV Globo. Uma delas foi O Espigão, de Dias Gomes, em 1974. Na obra, resgatada pelo Globoplay nesta segunda-feira (8), o ator deu vida ao megalômano construtor Lauro Fontana.

Foi seu primeiro e único protagonista no gênero, embora Milton tenha interpretado personagens importantes em novelas idem. Fora filmes e muitos trabalhos nos palcos, o cearense nascido em Fortaleza no ano de 1930 começou a participar dos folhetins eletrônicos em 1969, na TV Tupi do Rio de Janeiro. O Retrato de Laura e Enquanto Houver Estrelas foram suas primeiras investidas.

Homem de confiança do bicheiro Tucão (Paulo Gracindo) em Bandeira 2, de Dias Gomes, Quidoca foi o primeiro papel de repercussão de Milton Moraes em novelas. Apaixonado por Taís (Elizângela), filha do chefe, Quidoca sofria com o desprezo dela, que vivia um romance com Márcio (Stepan Nercessian), cujo pai era o maior inimigo de Tucão: Jovelino Sabonete (Felipe Carone).

Milton Moraes e Pepita Rodrigues na novela Dancin' Days
Milton Moraes e Pepita Rodrigues na novela Dancin’ Days

Outros papéis de destaque de Milton na TV foram o fazendeiro Armando de Escalada (1975); o boa-praça Jofre de Dancin’ Days (1978); o rico Joaquim, pai do mocinho Luís Jerônimo (Fábio Jr.), de Cabocla (1979); Sérgio, primeiro marido de Lígia (Betty Faria), em Água Viva (1980); o prefeito Barreto em Amor Com Amor se Paga (1984); o Zezão, que ganha na loteria e morre em De Quina pra Lua (1985); e o “Morreu” de Anos Dourados (1986).

Milton Moraes deixou Fortaleza acompanhando um circo, já com a ideia de ser artista. No entanto, ainda no Nordeste a trupe se dissolveu, e ele partiu para o Rio de Janeiro em busca do sonho. Entre os muitos trabalhos no teatro, Pedro Mico, Gimba, O Canto da Cotovia, A Casa de Chá do Luar de Agosto, Boeing-Boeing e principalmente Um Edifício Chamado 200 podem ser destacados.

No cinema, o ator marcou presença em cerca de 30 filmes, entre os quais as versões para a tela grande de Gimba e Um Edifício Chamado 200, mais Barão Otelo e o Barato dos Bilhões, Mineirinho: Vivo ou Morto, O Sequestro, República dos Assassinos e Bonitinha, Mas Ordinária.

Milton Moraes morreu em 15 de fevereiro de 1993, aos 62 anos, vítima de câncer de pulmão. Suas últimas aparições na TV foram breves participações em três novelas das 20h seguidas, no começo dos anos 1990: Rainha da Sucata, de Silvio de Abreu; Meu Bem, Meu Mal, de Cassiano Gabus Mendes; e O Dono do Mundo, de Gilberto Braga.

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