Em mais uma entrevista da série especial sobre os 70 anos da televisão brasileira, Pedro Bial conversou nesta sexta-feira (31), em seu Conversa com Bial, com a atriz brasileira de fama internacional Lucélia Santos.
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No bate-papo, a convidada falou sobre como foi encarnar a protagonista da novela Escrava Isaura, sucesso no Brasil, em 1976, e exportada para mais de 100 países, além da repercussão da obra em sua carreira.
“Eu encaro a profissão como um ofício como qualquer outro. Nunca tive essa fantasia“, garante. “Eu sempre quis a fama e o sucesso, evidentemente, mas eu nunca perdi o chão. O meu ganha-pão é o trabalho que eu tenho que fazer artesanalmente, no palco, através da construção da personagem”.
A religião budista, ela afirma, ajudou-a a não perder o eixo. “Um dia eu era a Isaura, mas tudo é impermanente. Hoje é, amanhã não é. Eu tinha muito a determinação de vencer na carreira como atriz e ter meu trabalho reconhecido, mas nunca deixei que a fama e o estrelato subissem à minha cabeça.”
Durante o programa, Pedro Bial e Lucélia Santos revisitaram algumas imagens que ilustram o sucesso da novela em países como China, Cuba, Alemanha e Rússia.
‘Lerê, lerê’, o canto universal
Ao ser questionada sobre qual pode ter sido a fórmula de sucesso da obra de Gilberto Braga, a atriz afirmou: “Eu acho que a Isaura tem qualidades incríveis de um grande folhetim. A heroína que sofre e é oprimida. É a linguagem internacional de oprimido e opressor”.
A entrevistada compartilhou ainda histórias de seus fãs famosos, como Fidel Castro, que pedia para assistir aos capítulos de Isaura com antecedência – “Ele não conseguia esperar” – e Nelson Rodrigues – “Ele ligava para o Gilberto Braga para saber o que ia acontecer”.
Lucélia falou também sobre a amizade com famosos como Marcos Paulo, com quem protagonizou a primeira versão de Sinhá Moça (1986). “Você não sabe como fiquei devastada com a morte dele [em novembro de 2012]. A gente fez um trabalho lindo juntos“, recordou a musa.