A atriz Léa Garcia, que faleceu nesta terça-feira (15) aos 90 anos de idade, havia relembrado a repercussão de sua vilã Rosa, na primeira versão de A Escrava Isaura exibida em 1976. Em entrevista ao programa Conversa com Bial, em maio de 2022, a atriz recordou a fúria do público por conta das vilanias de sua personagem nas telinhas.
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“Eu sou uma mulher que gosta de fazer feira e mercado. Então, eu fui à feira quando eu morava no Flamengo. Uma criatura pegou um peixe enorme e bateu nas minhas costas, porque eu estava sendo perversa com a Isaura. Apanhei também, levei um beliscão de lágrimas descerem dos olhos”, relatou a artista.
Também na entrevista, a estrela da televisão brasileira havia abordado a sua relação com os seus pais e a consciência racial. “Eles me criaram de uma forma muito incrível. Me mimaram demais. Pude me encontrar depois dentro de uma sociedade de uma forma muito mais consciente e não como eles estavam me criando. Eles estavam me preparando para ser uma mulher alienada em relação a questão racial do Brasil. Foi o Abdias Nascimento, criador do Teatro Experimental do Negro (TEM)) quem me deu essa retomada da problemática racial no Brasil”, analisou.
Na trama de Gilberto Braga, Rosa era escravizada na fazenda do Comendador Almeida (Gilberto Martinho) e fazia de tudo na história prejudicar a protagonista Isaura (Lucélia Santos), além de humilha-la constantemente.