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Na Manchete e na Globo, a Amazônia foi cenário de produções de teledramaturgia

Novela dos anos 1990 e minissérie de 2007 ambientaram seus enredos na região

Publicado em 14/01/2022

Nesta semana o TBT da TV do Observatório da TV é duplo. Em 2 de janeiro de 2007, a TV Globo estreou a minissérie Amazônia – De Galvez a Chico Mendes, na qual Glória Perez, natural do Acre, quis traçar em três fases um panorama da história do estado e da região.

A minissérie da Globo

Logotipo da minissérie Amazônia
Logotipo da minissérie Amazônia (Reprodução/TV Globo)

Um grandioso elenco foi reunido para a produção, que teve direção-geral de Marcos Schechtman, parceiro da autora desde O Clone (2001/02), atual cartaz do Vale a Pena Ver de Novo. A história começa em 1899, atravessa a primeira década do século 20, dá um salto de algumas décadas e tem seu desfecho nos anos 1980.

A partir das famílias do Coronel Firmino (José de Abreu) e do seringueiro Bastião (Jackson Antunes) que como muitos outros é explorado e humilhado pelo proprietário do seringal, a história mostra como o negócio da borracha funcionava e as disputas pelo rentável território do Acre, que na época pertencia à Bolívia, mas era majoritariamente ocupado por brasileiros em busca de melhores perspectivas.

Dessa conjuntura se aproveita Luiz Galvez (José Wilker), espanhol que se lança numa batalha pela conquista do Acre ao saber que os bolivianos estão para arrendar toda a região a um consórcio formado por empresários da Inglaterra e dos Estados Unidos.

Nesse cenário tem destaque também a figura do militar Plácido de Castro (Alexandre Borges), que chega ao Acre para demarcar terras de seringais e acaba envolvido na disputa pela independência do território, que consegue.

Entre os anos 1940 e 1950, depois de muitos anos de distribuição desigual da riqueza surgida da borracha e com a grande concorrência das plantações mais organizadas da Malásia, o cultivo brasileiro cai em decadência. Nessa fase surgem amadurecidos Augusto (Humberto Martins), filho do Coronel Firmino, e Bento (Emílio Orciollo Netto), filho de Bastião.

Nos anos 1980, os vastos seringais já deram lugar a pastos para gado. Augusto (Francisco Cuoco) não consegue impedir que o domínio de outrora lhe escape por entre os dedos. De sua parte, Bento (Lima Duarte) é o grande amigo de Chico Mendes (Cássio Gabus Mendes), cuja luta por direitos dos índios e dos seringueiros e contra a destruição da Amazônia o leva a ser assassinado cruel e covardemente.

A Amazônia da Manchete

Logotipo da novela Amazônia, da Rede Manchete
Logotipo da novela Amazônia, da Rede Manchete

15 anos antes, a Rede Manchete apostou numa novela passada na mesma região do Brasil. Amazônia foi lançada com expectativa, já que a intenção era repetir a fórmula de sucesso de Pantanal (1990), de Benedito Ruy Barbosa. Os pais iniciais da história foram o cineasta Jorge Durán e a também atriz Denise Bandeira, que escreveram a novela inicialmente com Anamaria Nunes e Paulo Halm.

A história se dividia entre o final do século 19 e do começo do século 21. Alguns atores participavam das duas épocas, mas no geral cada uma tinha seu próprio elenco. O elo entre passado e presente, além da Amazônia como cenário, era o casal formado por Marcos Palmeira e Cristiana Oliveira.

Em 1899, ele era Caio, filho do poderoso Comendador Mangabeira (Antônio Petrin), que enriquece com o negócio da borracha, e de Bárbara (Jussara Freire). Ela era Camille, uma cortesã muito desejada e conhecida na noite de Manaus. Em 2010, Marcos vivia Lúcio, um rapaz que vivia de expedientes e tinha habilidades extrassensoriais, ao passo que Cristiana interpretava Mila, uma jornalista com preocupações ecológicas. É numa visão que Lúcio se vê como Caio, em sua vida passada.

A proposta de dividir o enredo em duas épocas confundiu e afugentou parte do público, além de tornar a novela bastante cara pela profusão de artistas, figurinos e cenários necessária a uma boa realização. Infelizmente a Manchete não vivia o melhor dos momentos, apesar do grande sucesso de Pantanal pouco antes, e por volta do capítulo 40 Amazônia foi reformulada.

A época de 2010 teve um desfecho, e um relançamento com o título Amazônia – Parte II mostrou apenas a história que se passava no final do século 19. Relembre mais fatos da época das duas produções no nosso TBT da TV. Confira o vídeo!

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