Em 3 de janeiro de 1983, a TV Globo promoveu uma mudança em sua programação jornalística na intenção de reformular e intensificar a cobertura das notícias locais, com os chamados Praça TV – RJTV, para o Rio de Janeiro, com Berto Filho; SPTV, para São Paulo, com Tonico Ferreira; MGTV, para Belo Horizonte; DFTV, para o Distrito Federal; NETV, gerado em Recife para a Região Nordeste.
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Dessa forma, ocorreu a substituição do Jornal das Sete – que já era local e estava no ar desde 1979 – pelos novos noticiários, que chegaram com a missão de conferir maior identidade à cobertura local, que apesar do Jornal das Sete era incorporada aos programas de rede – como Jornal Hoje, Jornal Nacional e Jornal da Globo.
Os Praça TV inicialmente duravam cerca de 10 minutos no ar, e eram divididos em três blocos. Uma curiosidade desses primeiros tempos é que a TV Bauru transmitia os dois primeiros blocos em rede com a TV Globo da capital paulista e gerava em seguida um terceiro, no qual eram transmitidas notícias da região.
Ainda em 1983, cerca de seis meses após a estreia da edição noturna, o SPTV e seus “irmãos” ganharam edições vespertinas, que entravam no ar pouco antes das 13h. Não eram longas como o SP1 de hoje, mas sim pouca coisa mais extensas que as noturnas – em torno de 20 minutos.
Além disso, ao longo da década de 1980 a TV Globo decidiu exibir em suas emissoras pelo País uma terceira edição do Praça TV, de no máximo 10 minutos de duração, depois do Jornal da Globo, e o noticiário paulistano também chegou a ter uma edição dominical, logo após o Fantástico, de 1984 a 1987.
Dárcio Arruda, Wellington de Oliveira, William Bonner, Rodolpho Gamberini, Augusto Xavier, Carla Vilhena, Salette Lemos, Débora Menezes e Mona Dorf estão entre os muitos jornalistas que chegaram a apresentar o SP2 nesses 40 anos.
Para a celebração dos 40 anos de SP2, o atual âncora José Roberto Burnier – que assumiu a função em abril de 2022, após a aposentadoria de Carlos Tramontina, apresentador do jornal desde o fim dos anos 1990 – conduz uma série especial de reportagens, sobre as transformações e desafios da capital paulista ao longo dessas quatro décadas.
Bom Dia Brasil e Bom Dia Rio
Mas não somente o noticiário local noturno foi reformulado em janeiro de 1983: no mesmo dia da estreia dos mais antigos Praça TV ainda em exibição, também estrearam o Bom Dia Rio, com Leda Nagle, às 7h30, e o Bom Dia Brasil, às 7h, transmitido de Brasília sob o comando de Carlos Monforte.
Depois de um ano de 1982 bastante movimentado no terreno da política, com realização de eleições diretas para governador, senador e deputados, surgiu na TV Globo a ideia de um telejornal matutino de rede, gerado de Brasília, com foco em pautas de política e economia. Em 1996, o Bom Dia Brasil deixou Brasília e passou a ser gerado do Rio de Janeiro. Ana Paula Araújo o apresenta há 10 anos.
Primeiro telejornal matutino da então Rede Globo, o Bom Dia São Paulo estreou em 1977, e somente seis anos depois surgiu um similar para os telespectadores cariocas. Aos poucos, a faixa da manhã, relegada a segundo plano e ocupada majoritamente por programas educativos ou enlatados, passou a ser mais valorizada. Em 1980, surgiu o programa TV Mulher, um ponto a mais na transformação das manhãs.