Crítica

The White Lotus da HBO Max vai pelos caminhos perigosos do amor

Elenco afiado da comédia dramática antológica mira expressar as vulnerabilidades humanas

Publicado em 30/11/2022

Anteriormente, foi comentado sobre o baile de máscaras que testemunhamos desde o capítulo de abertura ‘Ciao’ e que a partir do terceiro episódio ‘Elefante Macho’ conseguimos perceber algumas das características por de trás destas mesmas máscaras.

Existe uma tristeza profunda em cada uma das personagens desta segunda temporada de The White Lotus da HBO Max – mesmo Daphne Sullivan (Meghann Fahy), a mais consciente e esperta entre todos os viajantes e locais. Agora, chegando no capítulo mais recente intitulado ‘É o Amore’, percebemos o nível do perigo em que todos se encontram, uma vez que nenhum deles tem cicatrizes fechadas, portanto, nada mais arriscado do que envolver-se nas teias da paixão e amor – seja este fraternal ou romântico.

The White Lotus 2
Aubrey Plaza em The White Lotus da HBO Max

Elenco na ponta dos cascos

Se no capítulo anterior ‘Na Caixa de Areia’, observamos uma potente Aubrey Plaza destacar-se ao apresentar uma personagem capaz de transitar entre polos opostos (demonstrando versatilidade), desta vez, notaremos que todo o elenco está afiadíssimo na transmissão de suas emoções. Mais: pela escrita e direção de Mike White, conseguimos nos ver relevando algumas atitudes de certos personagens – menos Ethan Spiller (Will Sharpe) e Cameron Sullivan (Theo James), até agora, únicos vilões em cena.

É palpável o nível de energia que flui dos atores de The White Lotus, entre eles mesmos, assim como para aqueles que assistem tais personagens desabrochando suas mais doloridas e encantadoras vulnerabilidades. Não será surpreendente se alguns dos assinantes da HBO Max começarem a se comover mais fortemente daqui até o final da temporada, que aponta grandes revelações e uma erupção de sentimentos conflitantes.

The White Lotus 1
Jennifer Coolidge na segunda temporada de The White Lotus (HBO Max)

Desesperados por amor

Não dá para deixar de elogiar o trabalho de Mike White – episódio após episódio – uma vez que ele desenvolve sua narrativa com tanto zelo e atenção com as personagens, que vão revelando-se gradualmente. E, aquilo que observamos, principalmente, é uma busca incansável por amor na vida, mesmo pelos caminhos mais tortuosos – tanto pelo sentido da sinuosidade do trajeto, quanto pela falta de lisura.

A interação entre Tanya (Jennifer Coolidge) e Quentin (Tom Hollander) nas cenas finais de ‘É o Amore’ na ópera, assim como de volta ao casarão suntuoso, resumem cirurgicamente essa caçada por algo que complete nossos vazios. Por essas e outras, que The White Lotus representa muito mais do que uma série da HBO Max que mostra a vida dos ricos e elegantes, pois são as dores e os medos que trouxeram tais personagens na direção do paraíso italiano, que aos poucos, vai transformando cada um deles, além da nossa percepção de como as coisas realmente são.

Para assistir The White Lotus, conheçam o UOL Play para conferir o melhor da HBO Max.

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