Crítica

No cair das máscaras de The White Lotus da HBO Max, encontramos a solidão e a tristeza

Em ‘Elefante Macho’, adentraremos os medos dos homens de diferentes gerações.

Publicado em 15/11/2022

O bom de uma escrita atenta aos detalhes é que em algum momento, iremos compreender claramente onde estamos e o que é aquilo que está sendo transpassado a nós.

Pelas mãos e cabeça de Mike White – criador e diretor – encontramo-nos apanhados nas armadilhas narrativas que valorizam algumas sutilezas dessas personagens que vão, aos poucos, deixando suas máscaras caírem.

E a primeira coisa que pudemos notar foi uma vulnerabilidade latente embebida em variadas formas de angústias, em especial, nas figuras masculinas da produção da HBO Max.

The White Lotus 1
Jon Gries em The White Lotus

Medos masculinos

No episódio mais recente de The White Lotus, pudemos testemunhar um momento muito curioso quando três gerações de homens da mesma família revelam visões diferentes sobre a masculinidade do passado e dos tempos atuais.

Entretanto, a real atração não está na discordância proferida durante a refeição, mas no apoio que cada um destes homens tem dessas filosofias e o quanto tropeçam para conseguirem lidar consigo mesmos, uns com os outros, assim como também para com as mulheres.

Tal proposta parece muito mais nítida através da relação entre pai e filho – papéis de Michael Imperioli e Adam DiMarco, respectivamente – onde um admite uma programação genética masculina para defender uma ou mais traições, enquanto encontra-se perdido sem uma estrutura familiar tradicional; e o outro que aparenta ter uma visão mais moderna e feminista, quando pega-se tentando buscar algo com outra mulher de interesse, porém, ineficaz na prática do romance e paixão.

The White Lotus 2
Elenco de The White Lotus aportando na Sicília

Tristeza em Sicília

Com as máscaras caindo, tivemos a chance de perceber através de qualificadas performances do elenco – que sabe usar muita bem dos olhares – toda a melancolia destas pessoas que bronzeiam seus corpos em praias sicilianas.

Naquele que é, decididamente, o melhor momento desta segunda temporada da produção da HBO Max, envolvemo-nos fortemente com as mais comuns fragilidades humanas, que usam de gritaria, adultério e ignorância, como um mecanismo de defesa, que na realidade só fere estes espíritos aventureiros.

É admirável observar que The White Lotus toma seu tempo com cautela, enquanto vai descobrindo pequenos detalhes de cada uma dessas personalidades da história. Por agora, averiguamos que naquele teatro das aparências, escondem-se enorme solidão, além de uma tristeza lasciva que mira ocupar a mente do próprio vazio que sentem em suas vidas pessoais.

Para assistir The White Lotus, conheçam o UOL Play para conferir o melhor da HBO Max.

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