Velho Chico: Afrânio enlouquece após a morte da mãe

Publicado em 07/09/2016

Afrânio (Antônio Fagundes) vai enlouquecer na reta final de Velho Chico. Com a morte da centenária Encarnação (Selma Egrei) e o abandono de Iolanda (Christiane Torloni) o coronel Saruê entra em parafuso e começa a emparedar os quartos da mãe, de Inácio e Martim (Lee Taylor).

Desorientado Afrânio também passa a falar com a mãe morta e causa estranheza nos empregados. “Regulâno direito das ideia ele num tá… Que isso aí num é serviço de gente sã”, diz Cícero (Marcos Palmeira) a Doninha (Suely Bispo). “Deus quêra que esse home tenha um dedo de sossego na vida, fio… Deus quêra!”, responde ela.

Doninha fica preocupada quando o patrão pede que ela arrume tijolos e cimentos para ele. “Parece que todo o povo dessa casa quando se foi, levô o juízo do coroné embora também!”, diz ela para si mesma. Afrânio coloca a mão na massa para fechar os quartos. “Essas coisa de emparedá quarto num é direito… patrão num devia de fazê isso…”, diz o jagunço.

Afrânio fala que são as lembranças que pesam. “E que num quero convivê com elas todos os dia! Num quero recordá todos dias da minha vida o quanto que errei com essa família…”, fala ele, olhando o quarto vazio por um instante. “Vô emparedá tudo que é pra dexá tudo como deve ser… pra dexá como mainha queria… cada coisa em seu lugar…”, continua Afrânio. “Coroné vai botá parede no quarto de Inácio…”, entende Cícero. “É como ela queria, Cícero, ficá do lado dele, não era? Do lado de Inácio… E do lado de Martim!”, fala o coronel, que sente um nó na garganta – o nome do filho sai a certo custo. “Faça isso, não… As lembrança a gente guarda é na saudades num é atrás de parede…”, aconselha Cícero. “Eu vô emparedá o que me resta das lembrança deles, Cícero… vô emparedá as lembrança de mainha, de Inácio e de Martim…”, diz ele, que continua o seu serviço, convicto de que assim irá sepultar as lembranças de todos ali.

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