Márcio Vito retorna em última temporada do Tá no Ar e afirma: “É um humor que podemos exercitar muitos outros gêneros”

Publicado em 13/12/2018

O ator e humorista Márcio Vito está prestes a estrear mais uma temporada de Tá no Ar, na Rede Globo. O humorístico completa sua sexta temporada marcando a última de todas. Em entrevista ao Observatório da Televisão o ator faz um balanço do que a atração representou nesses anos para a televisão, projetos futuros e os novos caminhos do humor. Confira:

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Como vai ser essa temporada. Essa vai ser a última. Você acha que é real mesmo essa informação?

É real sim. Chegamos muito bem na sexta temporada. Na minha opinião tinha uma cara de reta final. Virou uma marca do programa ter um trato de encerramento, de final. Então encerramos em 2019.

O que representou para você este programa?

É um programa de encontros muito bacana. Eu conheço o Marcius Mellhen há quase 30 anos. Eu vim por conta do Maurício que eu conheci pela Andréa Beltrão no teatro. É um programa que a gente pôde exercitar muito gêneros e azeitar uma prática de fazer TV de uma maneira muito veloz.

É uma televisão muito difícil para dominar como ator, são muitas coisas envolvidas, e para mim foi uma escola muito legal. Foi um prazer muito grande. Me sinto muito feliz de ter acontecido no meu caminho uma mistura como esta que o programa teve.

“Sempre fico achando que eu poderia ter feito melhor”, afirma o ator sobre seus trabalhos

Você tem ideia do que você vai fazer ano que vem?

Não. Tem sempre uma dificuldade. Se a gente acha que está fácil, é o primeiro passo para dar uma escorregada. Então, é muto difícil o humor do Tá no Ar. Você não prepara ela e só, cada dia você faz uma coisa completamente diferente da outra. Você vai se alimentando de coisas diferentes, não só de humor.

Não dá para dizer o que é mais fácil de fazer, se é novela ou programa, para mim nunca é fácil. Eu já estou nessa faz um tempo e nunca vejo facilidade nenhuma. Sempre fico achando que eu poderia ter feito melhor. Mas acho que faz parte do jogo.

 Você já tem ideia se vai fazer novela no ano que vem?

Não. Eu faço um monte de planos sempre e tenho tido a sorte das coisas que eu não planejo saírem melhor do que as que eu planejo. Então eu fico querendo estar em vários lugares e tal, porque a minha maneira de trabalhar vem muito pelos meus afetos.

Então, uns produtores e diretores amigos estão fazendo uma nova novela. Eu fico torcendo para estar com eles nessa. Eu fiz Malhação com eles. Todo mundo que estava por ali torce muito pelo outro e seria um prazer trabalhar com eles de novo, a minha Malhação foi antes do Tá no Ar e foi um prazer estar com eles.

O que vai rolar nessa temporada?

Eu sou super desligado com isso. Tem coisas que eu vejo e curto, acho bacana, mas em casa reclamam dizendo o porquê eu não contei tal coisas que eles veem apenas no ar.

“A generalização deixou de fazer bem ao humor”

Você acha que o humor pode ser afetado com esse novo governo?

Eu acho que o humor pode ajudar a apaziguar isso. Eu acho que embora tenha tido um pouco esse lugar do artista ter ido de uma maneira tenham um discurso disseminar de vilania do que é o artista.

Acho que temos que sabe ouvir e procurar saber porque este discurso teve eco. Onde esse discurso conseguiu seguir. Claro que a gente se defende de coisas superficiais. Acredito que, de coração, não há ódio que resista a uma conversa honesta. Mas, de todo jeito, precisamos entender onde é que se permitiu que esse discurso crescesse.

A generalização deixou de fazer bem ao humor. O humor passou a ter um olhar mais do individuo de como ele sai de uma trilha do que pegar um humor que generaliza e elege um alvo de bullying. Acho que o Tá no Ar faz muito isso de ficar sob um olhar muito mais sutil e o que vai para depois do Tá no Ar vai pegar esse bastão e pode estar ajudando a apaziguar os ânimos.

“2018 foi um ano muito bacana”

Como foi este ano para você e o que você espera de 2019?

Foi um ano muito bacana. Eu tenho uma filha de 2 ano e 10 meses. É uma renovação de esperança diária, você ver uma criança que está curtindo coisas e conhecendo coisas, e independente de como está a sua situação, pelo olhar da criança você percebe que pode estar começando tudo o tempo inteiro.

Estou nesse movimento geral de final de ano de olhar as contas, de ver as coisas que eu não fiz e pensar em fazer no ano seguinte mas com o plus de ser uma coisa que a partir da minha filha ganha  um plano, um planejamento mais concreto. Vira uma coisa que acompanha o crescimento dela.

***Entrevista feita pelo jornalista André Romano 

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