início da carreira

Ex-paquita da Xuxa, Lana Rhodes reflete sobre polêmica da época do grupo: “Ideais questionáveis”

Atriz falou sobre a sexualização das assistentes de palco

Publicado em 07/01/2024

Graças ao documentário do Globoplay sobre as assistentes de palco da Xuxa, Pra Sempre Tão Bom – Paquitas, Lana Rhodes tem revivido momentos do início da sua carreira profissional. Em uma entrevista ao site Heloísa Tolipan, a atriz, que atualmente tem 37 anos, falou sobre a polêmica da sexualização das ajudantes da loira.

A ideia de que as Paquitas eram um pouco sexualizadas era maquiada, mas diferente da forma na qual as mulheres pretas tinham seus corpos sexualizados, como àquelas dançavam na ‘Boquinha da Garrafa’”. Esse padrão instituído socialmente como adocicado, como se tivesse uma doçura na sensualidade, parecia interessante para a figura das Paquitas. Hoje, essas ideais são questionáveis para mim”, avaliou ela.

A atriz também falou sobre o pré-requisito principal para trabalhar com Xuxa: ser loira. “O mito de pintar o cabelo era, na verdade, um estigma construído. Atualmente, como mulher adulta, fico me perguntando como eu não questionava o fato de não terem meninas pretas trabalhando comigo“, refletiu.

Não existia uma coerção, algo instituído em que as meninas eram obrigadas a pintar o cabelo – até mesmo porque eu tinha o cabelo louro –, mas era muito natural que aquilo existisse. Acredito que se trata de uma instituição da beleza padronizada que veio desta geração de Paquitas e, consequentemente, de mulheres, desde a Marilyn Monroe (1926-1962), com a ideia que uma mulher deveria ser loura para ser atraente”, completou.

Segundo ela, o concurso de Paquitas foi uma oportunidade de entrar no meio artístico. Ela enviou uma carta à Marlene Mattos com sua inscrição e foi selecionada dentre 8.500 meninas para compor o novo grupo de Paquitas do Xuxa Park, em 1991.

Costumo pensar que a impossibilidade de uma menina preta ser paquita pode ter traumatizado muitas pessoas. Então, não posso falar apenas do meu ponto de vista e do meu sonho realizado. Essa personagem que eu vivi nos anos 2000 e que me fez tão feliz me faz pensar, atualmente, que nós podemos fazer de forma diferente”, ponderou Lana.

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