Heavy metal

Documentário mostra quem salvou a vida de Ozzy Osbourne

Em As Nove Vidas de Osbourne, vemos como Sharon conduziu a carreira e obra do "Príncipe das Trevas"

Publicado em 31/03/2021

Ozzy Osbourne, aos 72 anos e com diagnóstico de Mal de Parkinson, deve quase a metade da vida e carreira à sua mulher, Sharon. É o que se pode concluir ao assistir As Nove Vidas de Osbourne, produção original do canal A&E para a sua sessão Biography.

Sharon Osbourne, a toda-poderosa mulher do cantor, é coprodutora e dá depoimentos no documentário (Divulgação)

O documentário conta vida e obra do cantor Ozzy Osbourne, com entrevistas principalmente com ele e a família. Apelidado no meio  musical como “Príncipe das Trevas”, o cantor britânico de origem pobre em Birmingham tem uma carreira tão ligada ao rock pesado (antes de Sharon) quanto à indústria pop (depois com Sharon).

Integrante original da banda britânica Black Sabbath, formada em 1968 com os músicos Terence “Geezer” Butler,  Tony Iommi e Bill Ward, Ozzy participou do que é, para muitos fãs e aficionados por rock, o primeiro e principal grupo de heavy metal de todos os tempos.

A formação original do Black Sabbath, com Ozzy Osbourne, Terence “Geezer” Butler, Tony Iommi e Bill Ward. Foto: Divulgação

Mas o documentário não é sobre música. Centra-se mais na vida pessoal do vocalista do que na sua ação e relação com a banda, havendo até algumas imprecisões na história do Black Sabbath, perceptíveis ao fã mais atento. O grupo teria ao longo de idas e vindas de Ozzy também outros vocalistas nos seus quadros, como Ronnie James Dio, Dave Donato, Ian Gillian, Glenn Hughes e Tony Martin.

Ozzy e Sharon Osbourne dividem a narrativa do especial, dominada pelo carisma dele e claro, pela condução dela – Sharon é uma das produtoras executivas do documentário, ao lado do próprio Ozzy e do filho deles, Jack.

O Black Sabbath é tido por muitos como o inventor do heavy metal. Estourou no início dos anos 70, quando lançou álbuns que são obras-primas do gênero. Com um som pesado, soturno, de arranjos magníficos e letras de impacto, o Sabbath figura no topo da mitologia do rock pesado.

Vieram fama e dinheiro e, consequentemente, como um estigma no meio, também as drogas e a decadência. Ao fim da década de 70 o cantor e a banda estavam falidos. A esta altura Ozzy já tinha dois filhos e uma esposa insatisfeita, que pediu divórcio.

União perfeita

Casamento de Sharon e Ozzy Osbourne. Foto: Divulgação

Sharon era filha de um empresário da indústria fonográfica próxima da banda e com a aproximação romântica entre os dois,  passou a tomar conta da carreira do cantor, já então entrando no que seria uma promissora carreira solo. Seu primeiro álbum, Blizzard of Ozz, saiu em 1980 e começava então uma nova era para o artista, que emplacou de cara o hit “Crazy Train”.

Vieram o novo casamento, mais três filhos –Aimee, Kelly e Jack –, discos, turnês e crises.  Sharon Osbourne torna-se a toda-poderosa, tomando conta da carreira do cantor. Eles criaram na segunda metade dos anos 1990 um festival de música próprio (Ozzy Fest), que percorreu vários países.

São momentos importantes do documentário os que relembram o acidente trágico que matou o guitarrista da banda de Ozzy, Randy Rhoads, aos 25 anos. E também um acidente de moto com o próprio cantor, além de sua prisão já na época da fama.

Ozzy Osbourne e o guitarrista Randy Rhoads, morto aos 25 anos em acidente aéreo. Foto: Divulgação

Entre 2002 e 2005, a família estrelou um programa de muito sucesso na MTV norte-americana: o reality show sobre a vida doméstica The Osbournes. O programa teve um papel importante na trajetória da família, apresentou Ozzy a um público mais jovem e estimulou outras famílias a se exporem em reality shows em outros canais (como as famosas celebridades irmãs Kardashian, por exemplo).

Além de catapultar a carreira de Ozzy junto à nova geração, o programa da MTV também elevou toda a família à categoria de popstar. “Foi fantástico, Fiquei feliz quando acabou”, resume  o cantor sobre o reality, num ótimo  arroubo de sinceridade.

A própria Sharon virou ícone de TV, além da filha, Kelly Osbourne. Ambas ganharam programas de moda e entretenimento em emissoras diversas.  Sharon Osbourne também conta no especial sobre o tratamento de câncer a que se submeteu. Ela, inclusive, era até bem  recentemente apresentadora de um talk show na rede CBS, nos EUA.

O documentário do A&E divide-se em capítulos, um para cada uma das nove vidas do título:  “Pobreza e Prisão”, “O Nascimento do Heavy Metal”, “Drogas, Morte e Divórcio”, “Diário de um Louco”, “Casamento e Caos”, “O Pecado Definitivo”, “Chega de turnê”, ”Papai sabe tudo” e “Aposentadoria”. Além de depoimentos de arquivo com integrantes do Sabbath, a atração traz entrevistas com nomes como Ice-T, Post Malone e Rob Zombie.

As Nove Vidas de Osbourne  está na grade do A&E. Para quem quiser também ouvir, a conta do canal no Spotify traz aqui 13 músicas que aparecem no especial, entre faixas do Black Sabbath e também da carreira solo de Ozzy.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de sua autora e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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