Estreante em Terra e Paixão, Claudia Raia conheceu um gaúcho sedutor no capítulo da última quarta-feira (25). O sotaque carregado do personagem causou estranhamento em muitos telespectadores nas redes sociais, e o público do Rio Grande do Sul chegou a reivindicar à Globo um “gaúcho de verdade”. Pois o ator é gaúcho e explica à coluna o jeito de falar curioso de Gaudêncio, seu papel na novela das nove.
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Nascido em Lajeado (a 113 quilômetros de Porto Alegre), Ismael Caneppele tem 42 anos e experiência como ator, diretor e roteirista. Entre seus trabalhos mais importantes, escreveu o livro Os Famosos e os Duendes da Morte, adaptado para o cinema com direção de Esmir Filho. O filme foi o grande vencedor do Festival do Rio, em 2009.
Na Globo, atuou da novela A Dona do Pedaço (2019) e na série Desalma, do Globoplay, onde vive Boris Burko, um dos personagens principais. A participação em Terra e Paixão, embora relâmpago, repercutiu mais do que muitas de suas contribuições para a arte brasileira.
O motivo? O sotaque extremamente carregado de Gaudêncio, que conheceu Emengarda (Claudia Raia) em um restaurante no Rio de Janeiro. O “gauchês” incomodou os próprios gaúchos, que reclamaram do tom supostamente estereotipado do sedutor.
“Mexer com sotaque é um vespeiro”, brinca Ismael Caneppele em entrevista exclusiva. Apesar das queixas, o ator sabia exatamente o que estava fazendo. Ele comenta como criou, junto com a direção de Terra e Paixão, o linguajar único de Gaudêncio, dono de uma estância no Rio Grande do Sul.
“Meu sotaque é gaúcho alemão e gaúcho italiano. Na região onde cresci, predomina a agricultura familiar. Latifundiários como Gaudêncio vivem em outra parte do estado. Esse sotaque que eu criei tem mais a ver com os estancieiros da fronteira com a Argentina”, esclarece.
Nem todos os comentários foram negativos. Houve telespectadores que reconheceram Ismael da série Desalma e outros parabenizaram a Globo por ter escalado um gaúcho para o personagem. Assista abaixo:
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