Novelas da Tarde

Saiba se Te Dou a Vida, a nova novela do SBT, é boa ou ruim

Levado ao ar às 18h30 no México, melodrama alcançou 5,1 milhões de espectadores em seu final

Publicado em 30/08/2021

Foram quase quatro meses no ar, 81 capítulos exibidos e 5,1 milhões de telespectadores alcançados em seu desfecho. Um verdadeiro sucesso, levado ao ar às 18h30, e que agora chega ao Brasil pelo SBT. Te Doy la Vida, trama protagonizada por Eva Cedeño e José Ron, uma produção a cargo de Lucero Suárez para a Televisa, trata-se de um remake da versão chilena de mesmo título, exibida em 2016 pelo canal Mega.

A trama narra o drama de Elena (Eva Cedeño) e Ernesto (Jorge Salinas), pais adotivos de Nicolás (Leonardo Herrera), um garoto de 6 anos que sofre de leucemia. Nicolás necessita de um transplante de medula, porém seus pais adotivos não são compatíveis, sendo assim Elena e Ernesto partem em busca de encontrar os pais biológicos do garoto.

Essa busca os leva até Pedro (José Ron), um mecânico e pai biológico do garoto, o qual incialmente nega a paternidade. Todavia, após se comover com o drama de Nicolás, o mecânico decide fazer o exame de DNA, comprovando a paternidade.

Desde então, um forte laço se forma entre ele e Nicolás, uma união forte o suficiente, comprovando que os laços de sangue não apenas falam mais alto, como podem ser responsáveis por devolver a vida.

<strong>Nicolás<strong> Leonardo Herrera em Te Dou a Vida Reprodução Televisa SA

Te Dou a Vida é uma novela que vale a pena?

Jonathas Lopes, jornalista do site especializado Estrela Latina, traz suas considerações à coluna. “Reciclando elementos clássicos, Te Dou a Vida se converteu em um grande respiro na programação do canal Las Estrellas. A trama, apesar de simples, é atrativa e possui um ritmo bem natural, sem apelar para a famosa ‘barriga’. O problema aqui, foi a preguiça dos roteiristas em criar soluções mais sólidas para determinadas situações.

Além das já citadas burrices temporárias dos protagonistas, tudo era conveniente demais para que os vilões se dessem bem. Qual o problema disso? Na verdade, eles não poderiam solucionar tudo logo, isso é fato!, porém a forma como tudo é desenvolvido é extremamente pobre.

É subestimar a inteligência do público colocar Elena, em pleno 2020, com um celular sem senha, o qual era usado constantemente por Ernesto para vigiar a esposa. Todos os personagens da novela tinham senha no celular, menos Elena, é isso mesmo roteiristas? A falta de criatividade já ficava explícita no título da trama, o qual foi o mesmo da versão chilena.

Mesmo com poucos capítulos e uma narrativa linear, algumas coisas ainda ficaram em aberto, como o processo de auditoria levantado por Horacio; o fato de Jimmy (Maurício Abularach) ter ficado isento dos crimes que cometeu como cúmplice de Ernesto e o pai de Eduardo, que sumiu nas últimas semanas do folhetim e ninguém sabe o que houve com ele.

Mas vamos dar um desconto, né? Afinal, os roteiristas precisaram modificar várias situações na reta final devido à pandemia. Todavia, mesmo com alguns deslizes, Te Dou A Vida cumpriu a promessa e se tornou a telenovela mais vista da programação do canal mexicano.”

Direção e edição de cenas!

Sob a cargo de Sergio Caño e Rubén Nelhiño, a direção do folhetim foi extremamente simples e harmoniosa, apesar de alguns exageros. Porém os diretores conseguiram alinhar todo o elenco e mantiveram uma essência dramática desde o início. Ponto positivo para a sequência da fuga de Ernesto e Irene. As cenas foram feitas com o uso de drones.

Ponto negativo para a edição de cenas. Até a metade da novela o público parecia estar diante de uma edição feita para DVD. Os personagens transitavam da noite para o dia simplesmente do nada. Ao menos corrigiram isso no último mês.

A produção

Lucero Suárez se tornou a queridinha atual da Televisa. Suas últimas produções, sem exceção, foram grandes sucessos. Rebaixada em outros tempos, agora é um dos grandes nomes quando o sinônimo é audiência.

Apesar dos bons números, a produção de Lucero não apresenta grandes mudanças em relação a trabalhos anteriores. Uma iluminação deficiente, os cenários triviais e pequenos ainda são recorrentes. Ainda vale ressaltar a linda canção de abertura, interpretada por Leonel García.

Elenco!

O grande destaque foi Jorge Salinas. O ator entregou um vilão à altura e sim, ele foi o responsável por movimentar toda a história.

Salinas foi de um ponto a outro com Ernesto, até porque o vilão não era apenas um psicopata, afinal, ele realmente gostava de Nicolás, esse talvez o único amor sincero do personagem.

Entretanto, os protagonistas também estiveram muito bem, principalmente Eva Cedeño, a qual fez seu debut como protagonista.

Elena não era uma mocinha de novela rosa, apesar dos escritores acreditarem que sim. A sua personagem era forte e inteligente e a atriz soube conduzir bem isso.

Ao final de tudo, Eva teve mais peso que Ron, o que não diz respeito totalmente à interpretação deste último, o qual também fez uma performance boa, porém os embates entre a mocinha e o vilão foram os grandes destaques.

Falando de José Ron, o ator precisa de férias, pois está fazendo o mesmo papel desde Enamorando-me de Ramón (2017), só mudou de profissão em Ringo (2019). O pequeno Leonardo Herrera? Uma graça e totalmente disciplinado.

No campo veterano, os destaques ficam por conta das excelentes Nuria Bages e Erika Buenfil e Cesár Evora, Omar Fierro e Óscar Bonfiglio. Ainda vale mencionar as interpretações de Ara Saldivar, Ramsés Alemán, Ricardo Kleinbaum, Dayern Cháves, Mauricio Abularach.

Danny Perea entregou uma boa vilã, porém era uma antagonista que mais divertia do que instigava raiva, isso em uma novela de drama. Encontre o erro! Um salve para as participações especiais de Maribel Guardía, Luz Elena González, Lisset, Luiz Gatica, Yuliana Peniche e Isadora González.

A coluna agradece a Jonathas Lopes e sua avaliação crítica sobre a obra.

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