Na ativa desde setembro de 2020, o protocolo rígido contra a Covid-19 obedecido em Hollywood iria chegar ao fim no último sábado (30). Mas todos os sindicatos envolvidos na indústria de entretenimento americana, dos operários aos atores, votaram a favor de estendê-lo até uma nova cartilha ser aprovada. Isso mesmo após a pandemia, especificamente na Califórnia, berço de Hollywood, mostrar sinais de arrefecimento.
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Segundo o departamento público de saúde do Estado da Califórnia, o surto do novo coronavírus perde força desde fevereiro devido à vacinação alta, com 80% da população local completamente imunizada. A consequência disso são as quedas no número de casos, hospitalizações e mortes, levando cidades a extinguir a obrigação do uso de máscara.
Mas em Hollywood a conversa está longe do fim da pandemia, embora a contaminação na região seja pequena (30 casos por 10 mil habitantes nos últimos 14 dias). O motivo de tanta cautela é que basta uma pessoa infectada, como um ator protagonista por exemplo, para uma série ter gravações suspensas; significado disso é perda de dinheiro.
Cartilha rigorosa
Desde setembro, o protocolo foi renovado cinco vezes, com alterações feitas apertando o cerco. Entre os principais termos está a obrigação de vacinação para pessoas que trabalham na chamada Zona A (atores e todos os trabalhadores em contato com o elenco, como maquiadores, figurinistas, câmeras, diretores…).
Fora isso, existem as obediências sobre uso de máscara e distanciamento. Esses dois itens sofreram as maiores flexibilizações com o avanço da vacinação e são os que devem passar por grandes mudanças no novo acordo.
Tudo terá de ser acertado entre os sindicatos e estúdios/produtoras. A chefia tende a manter a obrigação da vacinação na Zona A por medo e cuidado extremo. Como dito anteriormente, um descuido pode atrasar uma produção e ninguém quer isso, principalmente os donos do dinheiro. A saúde dos trabalhadores fazem parte da equação também, claro.
A rigidez do protocolo em vigor trouxe resultados positivos. Surtos nos sets foram raros e a tolerância zero contra pessoas não vacinadas contribuiu para isso. Séries importantes optaram por demitir atores protagonistas ou do elenco fixo que se recusaram a receber o imunizante. Vale mais refazer a trama ao invés de lidar com um potencial problema de saúde (e financeiro) grave.
Em toda negociação envolvendo patrões e trabalhadores há os lados extremos. No caso, tem quem queira acabar com qualquer restrição, principalmente na questão vacinal. Outros argumentam que a obrigação da vacina tem de ser mais rígida ainda, afetando além dos trabalhadores da Zona A.
A tendência é ser aprovada uma leve flexibilização no uso de máscara e distanciamento, permitindo assim gravações com muitas pessoas em cena. A obrigação da carteirinha de vacinação deve permanecer inflexível. São pontos que interessam tanto os operários quanto os patrões. ⬩