CLICHÊ MAL EXECUTADO

Prime Vídeo aposta em Maxton Hall – O Mundo Entre Nós, mas deixa a desejar

Série baseada em famosa obra literária alemã mira em grandes produções do gênero, mas não acerta

Publicado em 10/05/2024

A série Maxton Hall – O Mundo Entre Nós, adaptação da obra YA Save Me da autora alemã Mona Kasten, estreou no Prime Video com a promessa de explorar as tensões de classe em um colégio elitista, trazendo à tona o drama adolescente. Contudo, ao tentar emular gigantes do gênero como Gossip Girl e Elite, a produção tropeça e fica aquém das expectativas, revelando uma distância significativa entre ela e seus predecessores.

Na sinopse, quando Ruby (Harriet Herbig-Matten) involuntariamente testemunha um segredo explosivo na escola particular de Maxton Hall, o arrogante herdeiro milionário James Beaufort (Damian Hardung) tem que lidar com a perspicaz estudante bolsista para o bem ou para o mal: ele está determinado a silenciar Ruby. A acalorada troca de palavras inesperadamente acende uma faísca.

Segundo a crítica do Flixlândia, Maxton Hall – O Mundo Entre Nós se apoia excessivamente em clichês do gênero dramático adolescente, desde o rico bad boy com um coração de ouro até a heroína idealista que desafia o status quo. As atuações, infelizmente, não ajudam, apresentando-se de maneira rígida e pouco convincente, o que torna difícil a imersão na história ou a conexão com os personagens.

Além disso, o roteiro recorre a metáforas forçadas e a uma narração que tenta soar profunda, mas que frequentemente se perde em sua própria pretensão. Os debates na aula de filosofia, por exemplo, são uma tentativa de emular a inteligência e a sagacidade de programas como The OC ou Gilmore Girls, mas acabam soando vazios. As metáforas usadas por Ruby, especialmente o monólogo do “elefante acorrentado” no final do primeiro episódio, são tão bizarros que rompem qualquer imersão que o espectador poderia ter mantido.

A tentativa de criar uma trama complexa com reviravoltas emocionais acaba por reciclar velhas fórmulas sem adicionar nada de novo ou genuíno. Isso é particularmente decepcionante considerando o envolvimento de Daphne Ferraro, conhecida por seu trabalho na aclamada série Dark, em um roteiro tão fraco que nem a bela fotografia e a produção caprichada conseguem salvar.

Embora Maxton Hall possa oferecer um passatempo leve para os aficionados por dramas adolescentes, a série não consegue trazer nada de novo ao gênero, abordando temas relevantes com pouquíssima profundidade. O lançamento do Prime Video se perde em um mar de clichês e atuações insossas, não conseguindo se destacar num campo já saturado por narrativas mais engajantes e bem executadas. Se a intenção era revisitar temas de desigualdade social e conflitos juvenis com uma nova perspectiva, infelizmente, o resultado final não atinge essas ambições, deixando muito a desejar.

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