MERCADO

Invisível no Brasil, franquia Blackish é mina de ouro para Disney

Nenhuma das três séries da saga teve um tratamento digno em território brasileiro

Publicado em 22/04/2022

Comédia 24 vezes indicada ao Emmy, Blackish chegou ao fim na última terça-feira (19), nos Estados Unidos. A série é a matriz de uma franquia milionária, verdadeira mina de ouro para a Disney. Aqui no Brasil, porém, as três séries da saga são ignoradas, indisponíveis em todos os streamings do mercado. E na TV paga, somente Blackish está no ar, contudo em horários indigestos no canal Sony.

A verdade é que desde a estreia, em 2014, Blackish nunca teve um tratamento minimamente digno por aqui. Quando os episódios inéditos chegavam, eram com grande atraso em comparação aos EUA. 

Apenas por um breve instante, em 2019, Grownish, a primeira série derivada, alcançou relativo sucesso na Netflix. Mas a série ficou no catálogo da gigante do streaming durante um ano somente. Mixedish, o filhote mais recente, passou em branco por aqui.

Enquanto isso, essas três séries desfrutam de grande sucesso em território americano. A começar com Blackish, que encerrou a jornada na rede americana ABC, do grupo Disney, após oito temporadas e 172 episódios. Tamanho volume é a razão do sorriso estampado no rosto dos executivos da corporação dona do Mickey Mouse.

Yara Shahidi na quarta temporada de Grownish
Yara Shahidi na quarta temporada de Grownish

Lucro (sem o ish)

Nos EUA, é comum redes da TV aberta (caso da ABC) negociarem os episódios de determinada série para TVs regionais e canais pagos, além do modelo recente das plataformas de streaming. Um acordo com a rede de canais da BET e do FX exemplifica a representatividade do negócio. 

A Disney vendeu cada episódio de Blackish por US$ 500 mil (BET) e US$ 300 mil (FX). O pacote de episódios, somando os dois contratos, deu para a empresa um extra de US$ 137 milhões (R$ 687 milhões).

Blackish teve uma estrutura narrativa que ajudou entrar mais dinheiro em caixa. A série apresentou uma família negra interagindo com a branquitude ao redor, seja em casa ou no trabalho. Na cabeça do clã Johnson estão Andre “Dre” (Anthony Anderson), publicitário, e Rainbow “Bow” (Tracee Ellis Ross), médica.

Dre lidou com todo tipo de marca na agência em que trabalhava, de nomes fictícios a reais. Em vários episódios, empresas pagaram para servirem de tema em uma história específica, um marketing puramente direto feito por marcas renomadas tipo Starbucks, Buick e Procter & Gamble.

Futuro

Com o fim de Blackish, chegou o momento de pensar na passagem de bastão. O filhote mais novo, Mixedish (2019-2021), não vingou como esperado, sobre a infância de Rainbow, nascida e criada por pais mestiços. Já Grownish deu muito certo e continua firme e forte.

Durante as quatro primeiras temporadas, Grownish acompanhou a filha mais velha do casal, a Zoey (Yara Shahidi), na universidade. Com ela formada, agora é a vez de Andre Johnson Jr. (Marcus Scribner) se aventurar no ensino superior. Caso tudo dê certo, vem mais quatro levas de episódios pela frente.

O público brasileiro, infelizmente, não tem como aproveitar as boas histórias de Blackish, Grownish e Mixedish de forma apropriada, de preferência em um streaming. As três séries são da Disney e cabem perfeitamente em qualquer uma das plataformas oferecidas no Brasil, Star+ ou Disney+.

Os assinantes de ambos os serviços pedem a entrada das três comédias, insistentemente, mas por enquanto não há previsão de lançamento. ⬩

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