Retorno

Tony Ramos relembra Torre de Babel, que chega ao Globoplay

Novela de 1998 entra para o catálogo do streaming da Globo na segunda-feira (3)

Publicado em 30/07/2020

Lançamento desta segunda-feira (3) no Globoplay, em prosseguimento do projeto de resgate de novelas clássicas da TV Globo pela plataforma, Torre de Babel (1998/99), como um bom folhetim clássico, conquistou o público, mesmo após alguns problemas iniciais, com seus núcleos muito bem construídos de drama, romance, mistério e muita comédia, bem ao estilo Silvio de Abreu.

Seu argumento principal é o caminho de redenção do amargurado José Clementino (Tony Ramos), que sai da cadeia 20 anos depois de ter matado a própria esposa e tem como único objetivo a vingança contra o rico empresário César Toledo (Tarcísio Meira), a quem considera responsável por sua prisão. Para o autor, a novela continua moderna.

“A novela é moderna porque discute problemas que estão latentes até hoje, mas também é muito folhetinesca: tem grandes paixões, muito humor. O José Clementino tem dois lados: começa como uma pessoa totalmente revoltada e, pelo amor, ele se transforma. O Tony é um dos grandes atores que a gente tem na TV, no teatro e no cinema. Sempre acho que é muito bom quando um personagem desafia o ator, e ele mergulhou de cabeça nesse”, comenta o autor.

A novela contou com a direção de José Luiz Villamarim, Carlos Araújo e Paulo Silvestrini, e direção-geral de Denise Saraceni e direção de núcleo de Carlos Manga, time que coleciona sucessos na teledramaturgia.

No elenco, estão outros nomes estelares como Glória Menezes, Cleyde Yaconis, Juca de Oliveira, Christiane Torloni, Sílvia Pfeifer, Letícia Sabatella, Natália do Valle, Cláudia Raia e Adriana Esteves, intérprete de Sandrinha, filha mais velha de Clementino, extremamente ambiciosa e disposta a tudo para subir na vida.

“Tive uma alegria enorme em saber que Torre de Babel irá para o Globoplay. Na verdade, Sandrinha foi minha primeira vilã. Um gigantesco presente de Silvio de Abreu. Lembrar da novela me transborda de alegria. Vai ser muito bacana rever um trabalho de que me orgulho muito. Rever as incríveis parcerias com Tony Ramos, Claudia Jimenez, Glória Menezes, Marcos Palmeira. Este trabalho está num lugar especialíssimo em meu coração”, declara Adriana Esteves.

Outra atuação emblemática no núcleo dos Toledo é a de Edson Celulari, como Henrique, irmão mais velho de Alexandre e responsável pela administração do maior negócio da família, o Tropical Tower Shopping.

“Fiquei muito feliz com a notícia da disponibilidade de Torre de Babel pelo Globoplay. Adorei fazer o Henrique, viver suas aventuras e seus conflitos. Uma história cheia de surpresas, em que o espectador vai poder acompanhar o retrato de várias famílias, uma sociedade formada por ambições, mentiras, vinganças, vaidades e angústias. Mas também poder vai rir muito com alguns personagens divertidos e até ingênuos. Um conteúdo com muitas tramas engenhosas criadas pelo craque Silvio de Abreu e dirigidas brilhantemente pela Denise Saraceni”, comemora Edson Celulari.

A explosão criminosa do shopping dá origem ao mistério de quem a teria provocado, tornando Clementino um dos principais suspeitos já que o ex-fabricante de fogos de artifício considera sua condenação injusta, e, como César foi testemunha e acusação em seu julgamento, sai da cadeia com o plano de destruir a vida do empresário. Sua sede de vingança é grande.

Criado numa sociedade rude, machista e sem muitas chances de sucesso, Clementino tem de enfrentar ainda as dores de voltar ao convívio da sociedade e ser rejeitado pela filha Sandra, encontrando algum alento apenas na filha mais nova, Shirley (Karina Barum). Ao se infiltrar estrategicamente na família Toledo, Clementino conhece Clara (Maitê Proença), com quem tem a chance de se redimir.

A dúvida sobre a autoria da explosão vai se intensificando ao longo da novela e recaindo sobre  personagens como Sandrinha, Diolinda Falcão (Cleyde Yaconis), Ângela Vidal (Claudia Raia) e Jamanta (Cacá Carvalho), dono do inesquecível bordão “Jamanta não morreu!”.

Entrevista com Tony Ramos

O Globoplay está com esse projeto de resgatar grandes novelas e disponibilizá-las na plataforma para serem revistas por gerações mais antigas e conhecidas pelas mais novas. Você, que já passou por tantas transformações do audiovisual, como vê esse sucesso das novelas até hoje, inclusive com o público mais jovem?

As novelas representam, há muito tempo, a cumplicidade popular de um gênero da dramaturgia que vem desde os folhetins publicados em jornais já no século 17. Vivem cantando o fim da novela e todos os profetas, nos últimos 45 anos, erraram.

Se você observar qualquer série de sucesso, perceberá que o folhetim está presente. Quem foi? Quem será? Quem matou? Quem será punido? Como vai acabar? É um folhetim na essência. Claro que muda conforme o veículo, o tempo do episódio, quantos até o final. Mas a novela continuará e sempre.

José Clementino era um homem muito fechado, que teve um caminho de redenção ao longo da novela. Teve alguma passagem  da novela que tenha te marcado mais?

José Clementino era fruto de um meio sem amor e afeto paternos. Agressivo mesmo. Era um carpinteiro de respeito profissional e trabalhava em muitas obras. Comete duplo assassinato e, por justiça, cumpre anos na cadeia. Sempre se culpou, porque, claro, sabia que havia errado ao matar a esposa. Curiosa é a redenção dele pelo amor. Um novo amor.

Tem alguma situação de bastidor que você lembre e que tenha um carinho especial?

As cenas com as filhas eram sempre emocionantes. Difícil destacar uma ou duas. Os nossos bastidores eram fantásticos, de harmonia entre um elenco admirável.

Qual foi a cena mais difícil para você nesta novela?

A cena mais difícil foi no princípio: manter a mesma emoção em diferentes cenários após o duplo assassinato.

Se você pudesse extrair da novela ou do seu personagem uma mensagem que tenha relevância até hoje, qual seria?

Creio que como Zé Clementino percebia e dizia: “Se eu pensasse um segundo apenas a mais, não teria feito essa loucura”. O amor ao próximo é o que de melhor existe.

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