Memória

Relembre as atrações da TV quando Sassaricando era a novela das 19h da Globo

Na época da exibição original, a concorrência entre as TVs Globo e Manchete estava muito acirrada no campo das novelas

Publicado em 24/05/2021

Escrita por Silvio de Abreu, a novela Sassaricando foi um sucesso nos anos 1980 na faixa das 19h da TV Globo, que a reprisou em 1990 no Vale a Pena Ver de Novo. O Canal Viva também exibiu a novela, de setembro de 2020 a abril de 2021. Agora a produção chega ao Globoplay, como parte do projeto de resgate de novelas clássicas pela plataforma.

Na época a programação dos nossos canais abertos era um pouco diferente da de hoje em dia… Bem como algumas figuras que disputavam os pontos do Ibope eram as mesmas de 2020. Relembre no Observatório da TV o que estava no ar naquele final de 1987 e primeiro semestre de 1988 na nossa telinha.

As novelas que conviveram com Sassaricando

Durante quase todo o tempo em que Sassaricando esteve no ar na TV Globo como novela das 19h – e começava às 18h50min -, a atração das 20h era Mandala, de Dias Gomes, escrita com Marcílio Moraes. A novela fazia uma transposição livre da tragédia grega Édipo Rei, de Sófocles, para o Rio de Janeiro dos anos 1980.

Vera Fischer (Jocasta), Felipe Camargo (Édipo), Nuno Leal Maia (Tony Carrado), Carlos Augusto Strazzer (Argemiro), Gracindo Júnior (Creonte), Gianfranesco Guarnieri (Túlio), Paulo Gracindo (Vovô Pepê), Grande Otelo (Jonas Caetano) e Perry Salles (Laio), entre outros, integravam o elenco estelar.

Algumas semanas antes do final de Sassaricando, Mandala foi substituída por Vale Tudo, de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères. Grande sucesso, a novela mostrava o embate entre uma filha sem moral, Maria de Fátima (Glória Pires), e uma mãe super honesta, Raquel (Regina Duarte), alinhavado pela ascendência que a empresária Odete Roitman (Beatriz Segall), outra mau-caráter, exerce sobre quem as rodeia.

Na faixa das 18h, durante a maior parte do tempo Aparício (Paulo Autran) e Tancinha (Cláudia Raia) conviveram com Bambolê, de Daniel Más, baseada no romance de Carolina Nabuco Chama & Cinzas. O enredo se passava no Rio de Janeiro do final dos anos 1950.

Álvaro (Cláudio Marzo) era um viúvo cuja relação com as três filhas – Ana (Myrian Rios), Yolanda (Thaís de Campos) e Cristina (Carla Marins) – era bastante liberal para os padrões da época. Sua cunhada Fausta (Joana Fomm) tumultuava sua vida, que ganha novas cores com o romance que surge com a desquitada Marta (Susana Vieira).

No Vale a Pena Ver de Novo, entre setembro de 1987 e abril de 1988 o cartaz foi Amor com Amor se Paga, de Ivani Ribeiro, essa de volta três anos depois da primeira exibição.

Na pequena Monte Santo, o avarento Nonô Correia (Ary Fontoura) “causava” com seu jeito tacanho de viver e atrapalhava o amor do filho Tomás (Edson Celulari) com Mariana (Cláudia Ohana).

Na TV Manchete, após o sucesso de Corpo Santo, uma ousada novela calcada no tema da criminalidade, a aposta foi em Carmem, de Glória Perez. Lucélia Santos era a protagonista da história que trazia a cigana sedutora de Prosper Merimée para o Rio de Janeiro dos anos 1980.

No elenco ainda as presenças de Paulo Gorgulho, Paulo Betti, José Wilker, Beatriz Segall, Darlene Glória, Roberto Bomfim, Maurice Vaneau, Odilon Wagner, Juliana Carneiro da Cunha, Rosita Thomaz Lopes, Selma Egrei, Dedina Bernardelli, Nélia Paula, Luís Carlos Arutin, Theresa Amayo, Júlia Lemmertz e Liana Duval, entre outros.

Em 1987/88 o SBT não exibiu novelas à noite, nem inéditas, nem em reprise. Mas à tarde, entre duas grandes faixas infantis que vinham da parte da manhã, a emissora de Silvio Santos exibia reprises de novelas, tanto nacionais quanto estrangeiras.

Vida Roubada (1983/84) e Uma Esperança no Ar (1985/86) voltaram ao vídeo nessa época, bem como a porto-riquenha Cristina Bazan (1978), exibida por aqui pela primeira vez em 1983, e Viviana – Em Busca do Amor (1978/79), novela mexicana que por aqui havia ido ar em 1984/85.

O SBT atacava o Jornal da Manchete e a novela das 20h da Globo com séries estrangeiras, entre as quais As Aventuras de B. J., Elo Perdido, Carro Comando e Miami Vice.

1987 foi o último ano de Jô Soares fazendo humor na Globo, com seu Viva o Gordo, no ar nas noites de segunda-feira. No ano seguinte, ele se transferiu para o SBT, onde ficou até 1999 com o talk show Jô Soares Onze e Meia e fez até 1990 o Viva o Gordo. Com sua saída, a emissora criou para as segundas-feiras a sessão de filmes Tela Quente, no ar até hoje.

Às quartas, depois da novela das 20h ia ao ar o Chico Anysio Show. Quinta era dia de Globo Repórter. Terça era a vez a da Terça Nobre, exibindo episódios da série A Gata e o Rato, com Cybill Shepherd e Bruce Willis.

Na faixa das 22h30, com a produção de minisséries suspensa devido a adequação a acordos trabalhistas, a emissora exibiu diversas produções norte-americanas do gênero. Entre elas, Páginas de Ódio, Segredo de Amor, Errol Flynn – O Preço da Fama, O Voo da Águia e Gandhi.

Nos finais de tarde, enquanto a Globo exibia desenhos e séries estrangeiras na Sessão AventuraHe-Man, Thundercats – e na Sessão ComédiaSupergatas, O Poderoso Benson, Caras & Caretas -, a Manchete apostava no público infantil com o Lupu Limpim Claplá Topô, apresentado por Lucinha Lins e Cláudio Tovar. O programa substituiu na grade o Clube da Criança, que acabou voltando em 1988.

No SBT, havia o Show Maravilha mais ou menos no mesmo horário, e pelas manhãs Oradukapeta, com Sérgio Mallandro, e o programa do palhaço Bozo competiam com o global Xou da Xuxa. A Manchete enfrentava os infantis com um telejornal de quatro horas, o Repórter Manchete, exibido das 8h ao meio-dia.

Também de jornalismo, acrescido de variedades, a manhã da Bandeirantes se constituía, com o Brasil Hoje seguido do Dia Dia. Na faixa das 7h, antes de Xuxa, a Globo já exibia a dobradinha de Bom Dia Brasil e Bom Dia local, com o noticiário nacional antes do regional. Abrindo a grade, na Globo o Telecurso 2º Grau e também educativos nas outras emissoras, ou religiosos como O Despertar da Fé, à época na Bandeirantes.

A Record, que ainda não havia sido comprada por Edir Macedo, fazia uma programação focada na capital paulista, e suas manhãs apresentavam o Bom Dia Criança e o programa de Sílvio Lancellotti, Comer Bem. Na hora do almoço, o “Jornal da Tosse” Record Em Notícias, com Murilo Antunes Alves, e o Record nos Esportes.

Na sequência, o feminino A Mulher Dá o Recado, que foi apresentado por Márcia Maria e Zildetti Montiel, e mais variedades e prestação de serviços com São Paulo à Tarde e Defenda-se. Já às 19h, José Luiz Menegatti apresentava o Jornal da Record e logo depois vinham séries como Gunsmoke na Sessão Bang-Bang.

Depois da novela Carmem, por volta das 22h20min, a Manchete oferecia opções variadas como as entrevistas de Roberto D’Ávila em Conexão Internacional, e as séries Hunter e Retrato Falado. No final de 1987 foi exibida uma minissérie brasileira, A Rainha da Vida, protagonizada pela atriz Florinda Bolkan.

A linha de shows do SBT, que à época já contava com atrações como Hebe e A Praça É Nossa, oferecia filmes e séries nas outras noites da semana, entre as quais Casa do Terror, às sextas.

Em jornalismo, antes da estreia do TJ Brasil com Boris Casoy, em 1988, o principal noticiário da casa era o Noticentro, por volta das 19h, enquanto no final da noite ia ao ar o Jornal 24 Horas. Entre os apresentadores, Lívio Carneiro, Antonio Casale e Tony Astassiê.

© 2024 Observatório da TV | Powered by Grupo Observatório
Site parceiro UOL
Publicidade