Histórica

Quem foi a Condessa de Barral, personagem de Mariana Ximenes em Nos Tempos do Imperador

Luísa, amante de Dom Pedro II, foi uma mulher forte e sensível a causas importantes

Publicado em 20/08/2021

Quem acompanha a novela Nos Tempos do Imperador, certamente já conhece a personagem Luísa, a Condessa de Barral, interpretada por Mariana Ximenes. Essa é uma das personalidades reais e que marcaram a história do Brasil retratadas da trama de Alessandro Marson e Thereza Falcão.

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    Luísa Margarida de Barros Portugal era uma mulher importante e considerada evoluída para a época. Seu título – Condessa – foi adquirido após o casamento com o conde francês Eugene de Barral – que está na história contada na teledramaturgia, interpretado por Thierry Tremourox.

    “Ela tem uma educação peculiar, aprende a nadar no Rio Sena, vai às operas. Cria-se uma cabeça liberal na menina”, explica a historiadora Mary Del Priore, autora do livro Condessa de Barral: A paixão do imperador. Mesmo sendo incumbida de se casar por seu pai, ela faz questão de escolher seu marido, que lhe chama a atenção não por ter posses, mas por ser inteligente.

    Nascida em Santo Amaro, na Bahia, a Luísa que passa agora na televisão aberta conta, de fato, viveu a história de amor que viveu com Dom Pedro II, papel de Selton Mello no folhetim da Globo, mesmo sendo casado com Teresa Cristina, feita por Letícia Sabatella. Além disso, a personagem é fiel quando mostra sua índole empática e força na hora de lutar pelo direito dos negros, tendo participação ativa na construção da Lei Áurea.

    Apesar da novela ainda mostrar um lado bastante romântico entre Dom Pedro II e Luísa, que foi realmente professora de Leopoldina e Isabel, filhas do monarca, o enlace dos dois teve uma motivação além da sedução e paixão. Os dois se tornaram amigos, confidentes e foram unidos por aptidões intelectuais. Quem atesta isso é também a escrita Mary Del Priore.

    Herança abolicionista

    A Condessa de Barral herdou de seu pai, Domingos Borges de Barros, de certo modo, o posicionamento a favor da abolição da escravatura. Antes de morrer – o que a novela Nos Tempos do Imperador mostra logo no primeiro capítulo -, o homem, que foi embaixador de Dom Pedro II, entrega a carta de alforria a inúmeros escravos de suas fazendas.

    Por isso, quando assistimos à história de Alessandro Marson e Thereza Falcão, vemos uma Luísa preocupada em tratar bem a todos, brancos e negros. Em sua face real, ela não tinha um comportamento como era comum na época, de racismo puro e cruel.

    “Ela convivia com os escravos de modo que ela ia nas casas deles e nas senzalas. Sabia da vida de todos e anotava tudo. Quem deitava com quem, quem comia quem e quem saia com quem. Nessa vida toda, ela passa pelas revoltas do recôncavo. É incrível como ela tomava conta das suas propriedades”, ressaltou a escritora Mary Del Priore.

    A relação próxima com Dom Pedro II, assim como com as filhas dele, diariamente, só ajudou a reforçar o entendimento da família real pela necessidade de abolir a escravatura. Há historiadores que afirmam que foi Luísa quem ensinou tudo sobre o tema para Isabel, fomentando na princesa o desejo de instaurar a Lei Áurea.

    Tudo indica que a trilogia dos autores de Novo Mundo e Nos Tempos do Imperador irá se completar com a história de princesa Isabel. Até lá, poderemos acompanhar todos os desfechos de Luísa e Dom Pedro II.

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