JANETE CLAIR

Lara de Irmãos Coragem, Letícia Sabatella relembra personagem polêmica com TDI: “Tinha personalidade que a libertava”

A atriz interpretava Diana e Márcia, personalidades distintas de Lara na trama

Publicado em 24/08/2023

A atriz Letícia Sabatella, de 52 anos, recordou a sua personagem Lara na novela Irmãos Coragem (1995), que enfrentava uma patologia chamada Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI) no remake escrito por Janete Clair. Em entrevista ao gshow, a artista falou sobre as personalidades fragmentadas de Lara em Diana e Márcia na trama e relatou que era uma forma de Lara enfrentar todos os gatilhos que ela lidava em sua trajetória.

“Eu me lembro muito das palavras do Luiz Fernando Carvalho (diretor), me dizendo que aquilo era um distúrbio, que a pessoa ia mudando de personalidade. Comecei a pesquisar e embarcar. E fui muito no mergulho psíquico e simbólico também, de uma mulher que vivia sob uma opressão tão pesada, no ambiente truculento dos homens, do garimpo, da repressão. E aí tinha essa personalidade que a libertava, que vinha na figura da Diana, que exercia o seu desejo, a sua sexualidade, a sua liberdade”, analisou a artista.

Letícia Sabatella conta que a personagem se fragmentava em diversas personalidades para se libertar da opressão de seu pai na trama. “Com a sua inspiração e profundidade, Janete Clair desenhou muito bem uma pessoa que, vivendo sob tamanha repressão, não tinha como ser plena, ser inteira, a não ser dissociando-se”, refletiu ela.

Ainda no bate-papo, a estrela ressaltou as nuances poéticas exploradas por Janete Clair em sua história e que Lara necessitava se diluir em outras personas para que continuasse coexistindo.

“Lara não conseguia lutar e mudar aquela realidade de sofrimento, de opressão, então, era como se ela se refugiasse e, de repente, dali saía a outra personagem. Ficava muito nítido e muito delicado. Tinha sempre um gatilho, algo que desencadeava a necessidade da outra personalidade aparecer pra poder tirá-la daquele sufoco em que vivia. A personalidade da Diana era a transcendência daquilo. Depois veio uma outra personalidade, a Márcia, que era o equilíbrio. E, como obra dramatúrgica, tudo foi tratado com bastante poesia também”, completou Letícia Sabatella.

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