Formol mexicano

‘Jovenzinha’ em Triunfo do Amor, Victoria Ruffo já viveu CRIANÇA em outra novela

Novela em cartaz no SBT é remake de O Privilégio de Amar

Publicado em 04/12/2020

O primeiro capítulo de Triunfo do Amor, exibido há cerca de três semanas pelo SBT, reservou algumas surpresas em relação à versão original da trama, O Privilégio de Amar (1998). Nenhuma delas, porém, foi mais bizarra do que o ‘prólogo’ da história.

Diferente da obra precursora, que contou com atores mais jovens interpretando as versões de 20 anos atrás dos protagonistas, a produção de 2010 optou por distribuir esta parte prévia à narrativa em flashbacks, nos quais os mesmos intérpretes davam conta da fase juvenil de seus personagens maduros.

O resultado, como se viu na tela, foi constrangedor. A atriz mexicana Victoria Ruffo, por exemplo, considerada um ícone do melodrama latino, viu-se ridícula interpretando, do alto de seus 48 anos, uma jovenzinha inocente e virginal de 17, com direito a lacinhos e trancinhas no cabelo para acentuar-lhe o ar ‘jovial’.

O rejuvenescimento forçado, porém, está longe de ser um fato isolado na carreira de Ruffo. Ela já passou por outro momento bem mais constrangedor nesse sentido, quando protagonizou, em 1995, a esquecida novela Pobre Niña Rica (Pobre Menina Rica).

A personagem da atriz neste folhetim era Consuelo García-Mora, mulher de aparência pouco agraciada que, graças ao amor de Julio (Ariel López Padilla), encontrava a força necessária para enfrentar a mãe e o irmão que sempre a desprezaram – Teresa (Laura Zapata) e Carlos (Gerardo Murguía).

Victoria Ruffo interpreta garotinha na abertura de Pobre Niña Rica (Reprodução / YouTube)

Até aí nada demais, não fossem certos detalhes bastante excêntricos da abertura de Pobre Niña Rica. Ao buscar resumir e reforçar para o público a trajetória da protagonista, a vinheta exibia trechos traumáticos da infância de Consuelo – interpretada ali pela próprio Ruffo, aos 33 anos de idade!

Nos takes em questão, Victoria aparece em atitude infantil, vestindo uma espécie de uniforme escolar e ostentando lacinhos no cabelo, numa caracterização – e performance – que fazem lembrar a Chiquinha (María Antonieta de las Nieves), do seriado Chaves.

Nesses trechos breves, porém marcantes, ela mima uma boneca de porcelana, brinca em um balanço e chega a chorar ao melhor estilo da filha de Seu Madruga (Ramón Valdéz) quando um adulto surge e quebra seu brinquedo favorito em mil pedaços! Bizarro, não?

Abaixo você confere a abertura de Pobre Niña Rica – cujo trilha é interpretada pela popstar Paulina Rubio, que à época teve também um papel de destaque no folhetim.

Juvenis por um triz

Vale lembrar que os rejuvenescimentos forçados não são exatamente raros nos folhetins latino-americanos, tanto mexicanos como brasileiros.

A Globo mesmo cometeu uma gafe similar à de Triunfo do Amor em Páginas da Vida (2006), em um flashback onde a heroína Helena (Regina Duarte, aos 59 anos) dá à luz ao filho natimorto.

Outro episódio do gênero se deu em Desejos de Mulher (2002). Para o flashback que explicava a origem da vilã Selma (Alessandra Negrini), bem como sua ligação com a mocinha Andrea (Regina Duarte, ela de novo), a equipe de direção chefiada por Dennis Carvalho optou por caracterizar a própria Negrini como adolescente na cena.

A ‘solução’, bastante caseira, envolveu vestidinho florido, tranças e até lacinhos no cabelo, parecidos com os que a própria Victoria Ruffo usou no prólogo da trama do SBT.

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