Em Novo Mundo, em edição especial na TV Globo devido à pandemia do coronavírus, Domitila de Castro (Ágatha Moreira) é a mulher que mexe, profundamente, com a cabeça de Dom Pedro (Caio Castro).
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A personagem é inspirada em Domitila de Castro Canto e Melo, figura real da História, eternizada como a Marquesa de Santos, título este conferido a ela em 1826 pelo então imperador, mesmo ano em que morreu Leopoldina (Letícia Colin, na trama) após complicações da depressão.
Pessoa influente na Corte, a amante do herdeiro dos Bragança ganhou adaptações na trama de Alessandro Marson e Thereza Falcão, como o romance com Chalaça (Rômulo Estrela), fato que, segundo os relatos, não ocorreu na vida real, e que foi criado devido à especulação de um romance da jovem antes de conhecer Dom Pedro.
Outro elemento do folhetim das 18h é o final da personagem, que desesperada com o fim de seu relacionamento com o amado, tenta atirar em Leopoldina e acaba baleada acidentalmente pelo ex-amante, fato que não ocorreu na vida real, bem como a reconciliação do imperador com a austríaca, sendo verídica apenas a expulsão da marquesa da cidade e o fim de seu caso.
Confira a trajetória de Domitila de Castro
Nascida em 27 de dezembro de 1797, em São Paulo, Domitila foi descendente de uma tradicional família paulista. Seu primeiro casamento foi aos 15 anos de idade, com o oficial Felício (Bruce Gomlevsky na trama), de quem se divorciou após diversos episódios de violência e agressão, chegando inclusive a ser esfaqueada e ficar entre a vida e a morte.
Já afastada do marido, ela conheceu Dom Pedro em 1822, dias antes da proclamação da Independência do Brasil. Domitila não foi a única amante do imperador, mas a mais importante. Dom Pedro chegou a ter um filho também com Benedita (na trama, Larissa Bracher), sua irmã.
Elevada pelo imperador, já como sua amante, Domitila se tornou dama camarista de Leopoldina e depois marquesa, título que desagradou parte da Corte, inclusive José Bonifácio (Felipe Camargo na trama), um de seus principais desafetos no Governo.
Com a morte da imperatriz, o caso entre Dom Pedro e Domitila começou a ir por água abaixo, uma vez que sua imagem estava desgastada na Europa e ele precisava encontrar uma nova parceira.
Pressionado a mudar de vida e tirar Domitila da cidade, ele se afastou da amante e acabou casando-se com a italiana Amélia de Leuchtenberg. Com a situação, Domitila deixou a Cidade Maravilhosa levando uma boa quantia de indenização e casou-se novamente em São Paulo com o militar Rafael Tobias de Aguiar, eleito duas vezes governador.
Como primeira-dama de São Paulo, ao lado do marido, ela se envolveu na Revolução Liberal de 1842 e teve mais seis filhos – além dos cinco que teve com Dom Pedro.
Na velhice, foi uma figura querida pelo povo, conhecida pela generosidade e por ter sido uma das poucas mulheres que conseguiu superar um divórcio, um caso extraconjugal e ainda assim se restabelecer e casar novamente.
Domitila promoveu diversos bailes, saraus literários e reuniões beneficentes em sua casa (onde hoje funciona o Museu da Cidade de São Paulo) e faleceu aos 70 anos de idade.
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