Emissora do grupo Globo na TV fechada, o Canal Viva transmite novelas e programas antigos e faz questão de divulgar ao final de cada capítulo que as cenas exibidas refletem costumes de outras épocas.
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Mas, nesta semana, o canal tomou uma atitude que vem dando o que falar. Nesta segunda (1), o Viva usou sua página no Twitter para explicar que os capítulos de Malhação 1998 sofreram midanças.
“Vivinha avisa: os capítulos desta semana de Malhação 1998 (1 a 5/5) passaram por algumas alterações. As obras do Canal Viva reproduzem comportamentos e costumes da época em que foram realizadas. Eventualmente, algum trecho pode ser excluído, desde que não gere prejuízo para a compreensão da narrativa”, informou a emissora.
Prontamente os internautas questionaram o motivo da mudança e alguns até criticaram o canal e fizeram acusações de censura.
Diante do imbróglio, o diretor de produtos digitais e canais fechados da Globo, Erick Brêtas resolveu se manifestar e explicar o motivo dos cortes na trama de Malhação 1998 nesta semana.
“Olá. Como alguns de vocês estão me marcando aqui acho importante esclarecer o motivo do corte. Os episódios em questão mostram o plot de uma banda de rastafaris que deveria se apresentar em um concurso de bandas. A ausência da banda leva um grupo de meninos brancos a se pintarem de preto e se apresentarem no lugar da banda ausente. Um caso de black face. Em 1998 isso poderia ser tolerado. A sociedade evoluiu e hoje cenas assim são consideradas ofensivas”, esclareceu o diretor.
Ele ainda continuou e fez questão de ressaltar que eram sequências longas e que se passavam em vários capítulos da trama juvenil e por isso a decisão de cortar as cenas.
“Esse plot não acontece de forma rápida na trama. As consequências dessa ação duram vários episódios. Preservar a memória da nossa teledramaturgia sempre foi um compromisso do Viva e não há como negar o empenho do canal em resgatar clássicos da nossa história. Mas essa missão tem que se equilibrar com os valores da sociedade contemporânea. Muitos espectadores poderiam se sentir ofendidos com a reprodução daquelas cenas… Respeitamos quem pensa diferente, mas nesse caso prevaleceu o entendimento de respeitar a sensibilidade da audiência de 2023”, explicou Bretas, que recebeu o apoio de muitos seguidores, mas foi criticado por outros.