Novos tempos

Canal Viva usa as redes sociais para anunciar cortes de cenas de blackface na exibição de Malhação 1998

Após repercussão, diretor explica os motivos das alterações na trama nesta semana

Publicado em 01/05/2023

Emissora do grupo Globo na TV fechada, o Canal Viva transmite novelas e programas antigos e faz questão de divulgar ao final de cada capítulo que as cenas exibidas refletem costumes de outras épocas.

Mas, nesta semana, o canal tomou uma atitude que vem dando o que falar. Nesta segunda (1), o Viva usou sua página no Twitter para explicar que os capítulos de Malhação 1998 sofreram midanças.

“Vivinha avisa: os capítulos desta semana de Malhação 1998 (1 a 5/5) passaram por algumas alterações. As obras do Canal Viva reproduzem comportamentos e costumes da época em que foram realizadas. Eventualmente, algum trecho pode ser excluído, desde que não gere prejuízo para a compreensão da narrativa”, informou a emissora.

Prontamente os internautas questionaram o motivo da mudança e alguns até criticaram o canal e fizeram acusações de censura.

Diante do imbróglio, o diretor de produtos digitais e canais fechados da Globo, Erick Brêtas resolveu se manifestar e explicar o motivo dos cortes na trama de Malhação 1998 nesta semana.

Rodrigo Faro, Cássia Linhares e Márcio Garcia em Malhação 1998 (Divulgação: Globo)
Rodrigo Faro, Cássia Linhares e Márcio Garcia em Malhação 1998 (Divulgação: Globo)

Olá. Como alguns de vocês estão me marcando aqui acho importante esclarecer o motivo do corte. Os episódios em questão mostram o plot de uma banda de rastafaris que deveria se apresentar em um concurso de bandas. A ausência da banda leva um grupo de meninos brancos a se pintarem de preto e se apresentarem no lugar da banda ausente. Um caso de black face. Em 1998 isso poderia ser tolerado. A sociedade evoluiu e hoje cenas assim são consideradas ofensivas”, esclareceu o diretor.

 Ele ainda continuou e fez questão de ressaltar que eram sequências longas e que se passavam em vários capítulos da trama juvenil e por isso a decisão de cortar as cenas.

“Esse plot não acontece de forma rápida na trama. As consequências dessa ação duram vários episódios. Preservar a memória da nossa teledramaturgia sempre foi um compromisso do Viva e não há como negar o empenho do canal em resgatar clássicos da nossa história. Mas essa missão tem que se equilibrar com os valores da sociedade contemporânea. Muitos espectadores poderiam se sentir ofendidos com a reprodução daquelas cenas… Respeitamos quem pensa diferente, mas nesse caso prevaleceu o entendimento de respeitar a sensibilidade da audiência de 2023”, explicou Bretas, que recebeu o apoio de muitos seguidores, mas foi criticado por outros.

© 2024 Observatório da TV | Powered by Grupo Observatório
Site parceiro UOL
Publicidade