Edição especial

Nova aposta da Globo às sete, Haja Coração representou desafio para autor, elenco e diretor

Novela de Daniel Ortiz inspirada em Sassaricando volta na segunda-feira

Publicado em 07/10/2020

Diante do cenário da pandemia de covid-19, que não cedeu no tempo em que se supunha que cederia, a TV Globo se viu obrigada a programar outra reprise para substituir a de Totalmente Demais, que termina nesta sexta-feira (9) na faixa das 19h da emissora. Assim como em 2016, Haja Coração entrará no lugar, na segunda-feira (12).

Baseada livremente em Sassaricando, de Silvio de Abreu, que está no ar no Canal Viva, a novela de Daniel Ortiz volta com uma responsabilidade grande: a exemplo do ocorrido quatro anos atrás, Haja Coração precisa manter os bons índices da história escrita por Rosane Svartman e Paulo Halm, tão vista agora quanto da primeira vez, ou mesmo mais.

“Depois de qualquer trabalho você amadurece, mas após Haja Coração o que mais amadureceu foi a minha parceria com o Fred (Mayrink, diretor artístico). Sintonia essa que está ainda mais fina hoje, por conta de Salve-se Quem Puder. E fazer um remake e começar uma novela do zero são dois trabalhos completamente diferentes”, explica Ortiz.

Para Fred, a tabelinha formada com Daniel para a novela reverberou no trabalho feito pelo elenco, que, para sorte do público, poderá ser visto novamente.

“Somos verdadeiramente parceiros e eu acho que a evolução no trabalho é inevitável. Além disso, eu gosto de atores. A minha busca é mergulhar na emoção do ator. Aí que a história se alicerça, a emoção aflora. Melhor ainda quando isso vem de maneira coletiva, compartilhada com um bastidor feliz, companheiro. Fico feliz quando assisto a uma cena em que o ator está bem, que consegue acessar quem está em casa. Isso é o que eu busco incansavelmente”, avalia o diretor.

Mariana Ximenes falou sobre o peso de interpretar Tancinha, personagem lembrada até os dias de hoje pela atuação de Cláudia Raia, em Sassaricando. “O maior desafio era essa imagem da Cláudia. E eu temia que todos tivessem a Tancinha já sacramentada da Cláudia no imaginário. Ela é aquela atriz potente, ser humano maravilhoso, foi uma responsabilidade gigante.”

“Tivemos que formatar uma Tancinha para os dias de hoje, em que muita coisa mudou. A gente tem um contemporâneo muito diferente de 30 anos atrás. Eu estava com receio mesmo”, confessou a atriz.

“Você estava apavorada. Eu lembro que eu falava para ela: ‘Calma, Mari, você está maravilhosa. Vai dar tudo certo’”, retrucou, rindo, Malvino Salvador, que viveu Apolo, namorado bronco de Tancinha.

Para ele, a maior provocação que o elenco encarou nesta obra foi criar a própria versão para personagens que boa parte do público já conhecia e tinha uma reverência forte por conta da novela anterior, cujo elenco teve as presenças de Paulo Autran, Tônia Carrero, Lolita Rodrigues, Carlos Zara, Diogo Vilela e Cristina Pereira, entre outros.

“Havia um ‘medo’ de fazer Tancinha. Era como fazer Odete Roitman [de Vale Tudo]. Você foi corajosa, Mari. Nós fomos”, elogiou Daniel Ortiz. João Baldasserini, que, na trama, encarnou o publicitário Beto Velázquez, bon vivant responsável por balançar o coração de Tancinha e deixá-la ainda mais maluquinha, acredita que a novela segue atual e que traz uma mensagem importante com seu personagem.

“Quando a novela estreou a gente era uma família muito unida. Éramos um núcleo muito gostoso. O Beto começou sendo um vilão, mas um vilão errado, mimado. Era um bobalhão. E, conforme ele vai conhecendo a Tancinha, ele vai se permitindo ser uma nova pessoa. No fundo, pelo fato dele ter conhecido o amor, ele consegue se tornar uma pessoa melhor”, garante João.

Na pele da filha caçula de Francesca (Marisa Orth), Shirlei, Sabrina Petraglia falou com carinho sobre a personagem que era a mais introvertida da família e do par romântico que formou com Marcos Pitombo, intérprete de Felipe. O casal fez sucesso e ganhou as redes sociais com a hastag #shirlipe.

“A gente não esperava, foi um susto. Eu não sabia nem se eu estava preparada para aquilo tudo. Eu só pensava: ‘continue trabalhando’. Foi maravilhoso. Uma história linda que o Daniel criou e o Fred conduziu de uma maneira extremamente humana. Foi a conjunção das estrelas. Se a gente não fizesse esse gol, eu nunca ia me perdoar. A gente entregou, colocou todo nosso coração ali. Foi uma personagem que mudou minha vida, minha carreira”, relembra Sabrina.

Par romântico de Sabrina, Marcos Pitombo diz que o personagem também foi um divisor de águas na sua carreira. “Para mim, Haja Coração foi uma experiência incrível. É muito gostoso quando a gente começa a ver que o nosso trabalho está tocando o coração das pessoas. Era uma história muito cativante, e a nossa trama foi crescendo. Em cena, eu e Sabrina fomos muito parceiros e essa amizade veio para fora da novela”, garante ele.  

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