Nesta quinta-feira (9), o ator Antonio Fagundes, de 73 anos, relembrou a sua reação após receber o convite do autor Benedito Ruy Barbosa para interpretar o fazendeiro Bruno Mezenga, de O Rei do Gado (1996). Em entrevista ao podcast Papo de Novela, o veterano conta que fez uma exigência em especial para Benedito Ruy Barbosa antes de aceitar participar da trama.
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“O Benedito tem sempre textos elaboradíssimos. Todas as cenas da novela têm sempre muito conteúdo, muito conflito. E você pode observar que tem poucos personagens. O que um faz em um canto reflete imediatamente em todos os outros. Então, essa dramaturgia muito rica do Benedito é a principal razão do sucesso de O Rei do Gado”, analisou o artista.
Antonio Fagundes também destacou os elementos que transformaram O Rei do Gado em um dos maiores sucessos da história da TV Globo.
“A novela teve também uma direção brilhante do Luiz Fernando Carvalho e uma turma boa, cada um mandando melhor que o outro. E, ainda, somando a tudo isso, teve uma trilha sonora fabulosa. Na época foram feitos dois CDs de trilha: um nacional e outro internacional. E cada um vendeu, pelo menos, 2 milhões de cópia. Você junta tudo isso e dá um sucesso”, ressaltou.
O ator também relembrou a sua parceria de sucesso com Benedito Ruy Barbosa e confessou que fez uma pequena exigência ao autor para poder interpretar Bruno Mezenga nas telinhas.
“A única coisa que exigi e ele me atendeu, era que eu queria entrar nas duas fases da novela. Em Renascer só entrei na segunda fase e senti muito não ter feito parte da primeira, que foi lindíssima. E em O Rei do Gado ele escreveu aquele personagem maravilhoso, que era avô do Bruno Mezenga, o Antonio, um italiano plantador de café. Um personagem belíssimo e que tive muito prazer em fazer. Posso fizer que fiz O Rei do Gado de cabo a rabo”, contou Fagundes.
Por fim, o veterano de 73 anos comparou as problemáticas abordadas pelo autor na novela de 1996 com os problemas enfrentados nos dias atuais.
“Eu concordava bastante com ele nos pontos de vista. Eu estava assistindo novamente a alguns capítulos e é impressionante a atualidade da novela. Ela fala de problemas que, infelizmente, ainda não resolvemos de 1996 para cá. Mas o olhar carinhoso, de compaixão do Benedito sobre esses problemas aflora de uma forma muito clara para todo mundo que está acompanhando. E tem sempre um bom senso por trás a ponto que ele poderia falar de MST, reforma agrária, tudo isso, sem ofender a ninguém. Não existia nenhum radicalismo na posição dele ou de qualquer personagem”, completou Antonio Fagundes.