
“Não sei, só sei que foi assim”. De tão popular e viva na memória dos brasileiros, a frase que Chicó, interpretado por Selton Mello em O Auto da Compadecida, usava para concluir suas histórias mirabolantes virou bordão. Duas décadas após sua primeira e única exibição, a série volta em 7 de janeiro, após Amor de Mãe, com reformulação gráfica, remasterização e nova abertura. Para Selton, Chicó continua sendo o personagem mais marcante de sua carreira.
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Qual é a cena que você mais gostou de fazer na série?
É muito difícil citar uma cena específica, mas uma situação inesquecível é quando Chicó, que era a pessoa mais medrosa da cidade, se fazia de valentão. Era hilário e fazer aqueles blocos de cenas era muito divertido.
Como você vê o personagem duas décadas depois?
Intacto. É algo tão poderoso que atravessou o tempo. Não dou um passo em qualquer lugar do Brasil sem que pessoas, de qualquer faixa etária ou condição social, não me parem para falar do personagem. Depois da série, O Auto da Compadecida virou filme e toda vez que é exibido as pessoas adoram. Muita gente tem em DVD.
Nova geração
Qual o impacto dessa reexibição para o público que viu a versão original ou que teve contato apenas com o filme?
É uma oportunidade de apresentar e encantar uma nova geração, que não teve contato com a série. As pessoas que viram há 20 anos ou que assistiram só o filme vão amar rever esta obra-prima. A série é muito mais longa, tem mais cenas. É um trabalho lindo, puro e inspirado de toda a equipe. Por isso essa força atemporal.
O que Chicó acrescentou na sua carreira?
A minha carreira é antes e depois de Chicó. É o personagem mais popular da minha vida e olha que eu já fiz muita novela, que é um formato que te deixa em evidência por meses. É muito surpreendente que um trabalho de quatro episódios, no caso da série, ou de cerca de 1h30, no caso do filme, tenha tanta força. Chicó está marcado para sempre e do modo mais lindo possível na minha vida.