Joyce Ribeiro fala sobre Jornal da Cultura: “Experiência completamente diferente de tudo que já fiz”

Publicado em 22/05/2018

Joyce Ribeiro passou por diversas emissoras de televisão no Brasil, sendo o SBT, a casa que a tornou conhecida pelo grande público, onde permaneceu por 13 anos. A jornalista foi demitida da emissora de Silvio Santos em 2017, e foi substituída por Dudu Camargo na apresentação do “Primeiro Impacto”, o que gerou indignação em muitos fãs da jornalista e da própria emissora.

Joyce já está no comando de outro jornal, desta vez o “Jornal da Cultura”, dividindo a bancada com Luiz Felipe Pondé, filósofo, e Ricardo Sennes, economista. O programa vai ao ar na TV Cultura, no YouTube, no Facebook e no aplicativo Cultura Digital. Joyce conversou com o jornalista André Júnior para o Observatório da Televisão, onde falou sobre sua carreira e o seu novo desafio como âncora em uma nova bancada jornalística.

Dudu Camargo revela desentendimento entre Joyce Ribeiro e Karyn Bravo nos bastidores do SBT

– Joyce, hoje você está no comando do “Jornal da Cultura” na TV Cultura, um jornalístico com perfil de debates ao vivo, diferente do que você vinha fazendo na casa de Silvio Santos. Qual é a diferença de fazer parte de um jornal de debates e um jornal como o “Primeiro Impacto” do SBT ?

Esta é uma experiência completamente diferente de tudo que já fiz. A proposta do Jornal a Cultura é contextualizar a notícia, explicar melhor pontos que podem causar dúvidas e nos comentários dos especialistas expor opiniões muitas vezes contrárias sobre o mesmo assunto. É um formato diferente de todas as emissoras por onde eu passei… por isso a proposta me atraiu tanto.

Dudu Camargo alfineta Joyce Ribeiro: “Dou audiência, coisa que ela não dava”

– Você acha que falta espaço para mulheres no jornalismo e o fato de ser uma profissional negra faz com que você tenha que provar todos os dias que é competente? O preconceito e a diferença salarial ainda existem no Jornalismo também?

O mercado da comunicação tem sido ocupado por muitas mulheres há anos… conquistamos espaços e nos destacamos. Para as mulheres negras, como em todas as outras áreas, a busca por oportunidades é mais difícil. Romper a barreira da exclusão, presente no comportamento e no pensamento de muitos daqueles que detém as vagas, ainda é um desafio que infelizmente levará tempo para ser corrigido. O caminho é longo e estamos avançando aos poucos, lentamente.

– Joyce, agora na TV Cultura você está substituindo o incrível William Corrêa, isso te emociona ou te dá ainda mais respaldo para lutar a favor da igualdade e representatividade negra na mídia ?

Não acredito que esteja substituindo, mesmo porque o William é um profissional ímpar… admiro demais a trajetória dele. Estou trabalhando para escrever uma nova fase desta história. Estar na bancada de um jornal tão tradicional, e no horário nobre, me deixa muito honrada e ao mesmo tempo ainda mais consciente da minha responsabilidade ao apresentar um jornal que já teve vários profissionais de prestígio na bancada. Estou muito feliz por fazer parte desta equipe.

– Recentemente, o atual apresentador do “Primeiro Impacto” do SBT, Dudu Camargo, fez comentários ácidos sobre você – “eu estou dando audiência, coisa que ela não dava. E por isso saiu, não interessava mais a emissora”, disse o jovem e iniciante na TV. Isso te magoa? Você é uma profissional que está sempre ligada o no que os telespectadores e colegas de profissão dizem sobre o seu trabalho ?

O foco do meu trabalho é levar informação ao público, fazer a diferença para essas pessoas e estar 100% a disposição para atendê-las. Assimilo tudo que é positivo e agregador. Quando foi anunciado que eu estaria à frente do Jornal da Cultura recebi muitas mensagens de carinho e é isso que me importa e guardo. Fiz muitos amigos no SBT, amigos que me acompanham até hoje e só tenho a agradecer a esta casa pelas conquistas e aprendizado nos 12 anos de trabalho. Tenho um pensamento que valorizo muito na vida: Só dar importância ao que realmente vale a pena.

– Em uma entrevista na rádio Trianon, para o “OBSERVATÓRIO E”, Dudu voltou a falar sobre você ao dizer que seu convívio com Karyn Bravo não era um dos melhores – “Até tinha briga entre a Karyn e ela, nos últimos dias, e não comigo. Teve edições que elas se desentenderam, mas faz parte” – declarou o jovem. O que há de verdade nisso?

A verdade é que admiro a Karyn como profissional e desejo tudo de melhor para ela, ainda mais nesse momento lindo que é a gravidez. Assim como eu, ela é uma profissional muito determinada e focada em entregar o melhor para o telespectador.

– Joyce, você acredita que o jornalista mirim, Dudu Camargo, teria coragem de tecer comentários como os quais ele fez sobre a sua pessoa, se ele assumisse o comando de um programa antes apresentado por um homem e não por uma mulher ?

Uma das regras importantes do jornalismo é trabalhar com o factual, com o concreto, então realmente não tenho como falar sobre isso, mas vivemos numa república democrática, onde cada um tem o direito de falar o quiser e tudo tem uma conseqüência, positiva ou negativa. Tenho por regra respeitar não só os meus colegas de trabalho, mas todas as pessoas, sem fazer diferença de sexo, etnia, credo ou cor. O respeito ao próximo é fundamental para evolução da humanidade. Polêmicas não me interessam, pois tenho segurança em quem sou e na minha carreira.

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