balanço das festas

Com reprises e especiais adaptados, fim de ano na TV foi um resumo de 2020

Canais abertos adaptaram seus tradicionais especiais ao contexto da pandemia

Publicado em 01/01/2021

A pandemia da covid-19 mexeu com a programação da televisão brasileira em 2020, que se viu obrigada a recorrer a reprises e programas adaptados. E a programação especial de fim de ano foi um reflexo desta realidade. Com poucas novidades, o cardápio das festas esteve repleto de pratos requentados.

Com isso, situações bizarras aconteceram, como a reprise do Show da Virada. O tradicional especial musical que encerra o ano da Globo exibiu uma reapresentação do ano anterior. Ou seja, em cena, estrelas como Ivete Sangalo, Iza e Luan Santana surgiram desejando saúde e paz em meio a uma plateia aglomerada. Mesmo sabendo que se tratava de uma reprise, ainda assim foi estranho ver tanta gente amontoada no atual contexto.

No entanto, foi a mesma Globo que trouxe algumas (poucas) novidades ao Natal do espectador. Os grandes acertos da safra foram 220 Volts Especial de Fim de Ano e Gilda, Lúcia e o Bode. O primeiro trouxe os divertidos personagens de Paulo Gustavo para a TV aberta, mostrando a versatilidade do comediante e apontando um provável futuro para o humor da emissora.

Gilda, Lúcia e o Bode foi uma continuação bem-vinda do primeiro episódio da série Amor e Sorte, exibida em 2020. A atração reuniu novamente Fernanda Montenegro e Fernanda Torres em cena, esbanjando graça e química. A dupla funciona muito bem junta e poderia render uma série completa. Outro acerto foi a ampliação da presença de Dimas, revelando o talento de Joaquim Waddington, filho de Andrucha Waddington e Fernanda Torres.

Amigo secreto

Já na Record TV, o mais tradicional especial de fim de ano do canal foi reformulado em 2020. Família Record reuniu grande parte do elenco da emissora numa confraternização. No entanto, desta vez não houve troca de presentes no amigo secreto. Os apresentadores, atores e jornalistas do canal foram vistos ajudando famílias carentes.

Foi uma simpática reformulação, sem dúvidas, já que colocou o Família Record dentro do contexto do ano complicado. No entanto, a troca de presentes fez falta, já que sempre rende momentos divertidos. Valeu como experiência, mas seria interessante retomar o formato anterior assim que as coisas melhorarem.

Outra ideia que a Record manteve foi apostar em edições especiais de seus formatos. Desta vez, foi o Canta Comigo que ganhou um especial, com a presença de vencedores de talent shows musicais. Foi uma boa ideia, que marcou a despedida de Xuxa da emissora.

Outros canais

A Band teve dois bons acertos neste fim de ano. O especial de Natal de Cátia Fonseca, exibido na noite de Natal, é uma ideia simples, mas que funciona bem. As participações remotas se revelaram bastante eficientes.

Outro acerto foi o especial com Hebe Camargo, exibido no dia 31. A emissora tem um acervo tão rico, mas o utiliza muito pouco. E o programa sobre a apresentadora deixou isso bem claro, já que exibiu preciosidades da carreira da loira que são pouco lembradas. O canal poderia considerar um projeto de memória para explorar melhor o seu arquivo.

Já a RedeTV! e o SBT praticamente não se mexeram. Ainda colhendo os prejuízos da crise, os canais fizeram o trivial, com edições especiais de seus programas de grade. O que não chega a ser uma novidade, já que os dois canais não têm mesmo grandes tradições de fim de ano.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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