muita gente

A Noite É Nossa estreia sem surpresas e com aglomeração desnecessária

Atração não justificou a presença de tantas pessoas no palco

Publicado em 21/01/2021

Ao anunciar sua nova atração na Record TV, Geraldo Luís afirmou que, com A Noite É Nossa, ele queria fazer o público rir. Intenção nobre, se levarmos em consideração que seu programa anterior, Domingo Show, era para fazer chorar. No entanto, mesmo com a embalagem mais festiva, A Noite É Nossa não perdeu a chance de tentar “emocionar” o público.

Na principal atração da estreia, a entrevista com Renato Aragão, Geraldo não economizou no discurso já manjado de tentar arrancar lágrimas de seu convidado e, consequentemente, do público. Deu certo. Sempre emotivo, o eterno Didi Mocó se emocionou diversas vezes.

Apesar disso, foi uma boa homenagem. Renato, meio sumido da TV desde sua saída da Globo, tem uma história que merece ser reverenciada. Por isso, sua presença, mesmo numa entrevista que não revelou nada de novo, foi interessante. Bem como as participações de Dedé Santana e Wanderley Cardoso, que resgataram histórias “das antigas” de Os Trapalhões.

No mais, A Noite É Nossa não surpreendeu. Com a promessa de ser uma homenagem aos grandes programas de auditório da TV, o programa, no ar, passou a impressão de ser uma “bagunça organizada”. Assim, apesar das citações a Flavio Cavalcanti e Gugu Liberato, o A Noite É Nossa ficou parecendo mesmo o Programa do Ratinho.

E esta “bagunça organizada”, vista num palco pequeno onde se incluía bailarinas, banda, humoristas, personagens e uma pequena plateia, acabou se tornando uma aglomeração desnecessária. Neste momento em que o distanciamento social é recomendado, A Noite É Nossa, com seu palco carregado de gente, gerou uma sensação aflitiva a quem assistia.

Gugu

Ao se colocar como um programa de auditório de variedades, A Noite É Nossa veio para ser uma espécie de sucessor de Gugu, último programa “autoral” apresentado por Gugu Liberato na Record. O saudoso apresentador também ocupou as noites de quarta-feira da emissora com um programa nos mesmos moldes.

Porém, a extinção da atração marcou uma mudança de postura da Record, que deixou de apostar em auditórios noturnos de variedades. Os animadores que ocupavam a linha de shows à época, Xuxa, Marcos Mion e o próprio Gugu, passaram a apresentar formatos.

Ou seja, com A Noite É Nossa, a direção da Record TV volta atrás no plano de investir apenas em formatos. E faz uma nova aposta no animador Geraldo Luís, que já teve altos e baixos na programação da emissora. Caso dê certo, é possível que a emissora volte a olhar com mais carinho para os shows de auditório. Aguardemos.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

© 2024 Observatório da TV | Powered by Grupo Observatório
Site parceiro UOL
Publicidade