Estreia hoje

Self-Made Brasil: Sony lança “cursinho” de Shark Tank com jurados “golfinhos”: “Não somos tubarões”

Comandado por Sheron Menezzes, reality show de gastronomia capacita empreendedores para o mercado

Publicado em 22/09/2022

Conquistar “tubarões” do Shark Tank é missão quase impossível para a maioria dos empreendedores, ainda mais para quem acabou de abrir um negócio. O Sony Channel, pensando em preparar pequenos empresários para o mercado, lança nesta quinta-feira (22) o reality show Self-Made Brasil, espécie de “cursinho” com noções de marketing e vendas para iniciantes do ramo alimentício.

A estratégia é “fisgar” o público do Shark Tank uma hora antes da exibição. Self-Made irá ao ar às 20h30, “colado” aos “tubarões”. Comandado pela atriz Sheron Menezzes, que estreia como apresentadora, o novo reality é bem mais leve do que o “tanque” de investidores exibido no horário nobre do canal pago.

“Se você cai em um tanque de tubarões, a tendência é que eles te devorem. Nós somos golfinhos. Entenda a lógica. Qual é o nosso objetivo? O golfinho é lúdico, brinca, mas ele te guia. Não somos um tanque de tubarões, até porque nem temos essa bala na agulha, né? Somos um tanque de golfinhos no sentido de levar a um caminho. E esse caminho ele [o empreendedor] vai trilhar. No Shark Tank, ele chega já com o caminho trilhado, muito mais preparado”, compara Guga Rocha, chef de cozinha e um dos jurados do Self-Made Brasil.

Completam o time de especialistas a empresária e ativista Monique Evelle e o designer Fernando Andreazi. Em 13 programas, quatro competidores aprendem a turbinar os negócios e devem convencer o júri de que estão mais capacitados para conquistar os prêmios: R$ 25 mil, seis meses de mentoria, curso de empreendedorismo e participação na maior feira alimentícia da América Latina.

A coluna assistiu ao primeiro episódio na sede do Sony Channel, em São Paulo, e observou semelhanças entre Self-Made e Shark Tank. Embora não tenha o mesmo propósito, o novo programa direciona os participantes para, quem sabe, conseguirem parcerias com investidores. O negócio vencedor do programa de estreia, por exemplo, tem potencial para atrair os temidos “tubarões”.

“Sua leitura é muito boa. Mesmo que não participem do Shark Tank, eles vão para o mercado. Se der certo, se o plano de negócio for eficiente, se começar a faturar, talvez precisarão de um investidor e vai ser uma dinâmica semelhante à do Shark Tank”, analisa Roberto d’Avila, diretor do Self-Made.

“O formato do Self-Made é novo, então podemos pirar em outras possibilidades que não sejam a continuidade para outro programa. Nem eu gostaria que eles fossem [para o Shark Tank], porque dá para conseguir fundos de investimentoo de outras formas, sendo preparados um pouquinho mais. Os dois programas ficam fortes, incríveis, e os participantes dos dois crescem”, opina Monique Evelle.

Monique Evelle, Guga Rocha e Fernando Andreazi, júri do reality show Self-Made Brasil
Monique Evelle, Guga Rocha e Fernando Andreazi, júri do reality show Self-Made Brasil

De “chorão” a “heroína”, júri do Self-Made rejeita ser carrasco

Os jurados do Self-Made não são golfinhos só por atuarem como guias. Mais dóceis do que os “tubarões” do Shark Tank, eles rejeitam humilhar os empreendedores e até caem no choro quando não conseguem segurar a emoção.

“A gente não quis ser escroto com o empreendedor porque esse é o trabalho do governo, né?”, provoca Guga Rocha, o mais experiente do júri na televisão. Os estreantes Monique Evelle e Fernando Andreazi precisaram lidar com sensações inéditas, da comoção ao respeito com as divergências.

“Andreazi é uma manteiga derretida, chora em todos os episódios, mas é um expert”, entrega Roberto d’Avila. “Ele tem um estúdio premiado de design, mas no programa faz um trabalho extraordinário. Quando é feito muito rápido, demora uma semana”, complementa.

Sobre Monique, o diretor ressalta a visão “superpoderosa” da especialista em inovação: “Ela tem raio-x, tem um superpoder, ela escaneia os teus ossos! É o momento do programa em que abordamos o empreendedor mais do que o produto. Isso para nós é muito importante. O espectador vai perceber isso, porque às vezes a escolha é pelo empreendedor com maior força para crescer, não pelo produto”.

“Monique: É muito difícil [a votação final]. Tenho muitas reações, dá para fazer uma cartela de memes (risos). Ali, não sou só a Monique dos negócios. Levamos nossa bagagem pessoal, nossas histórias. Foram raros os momentos de consenso, e há um lugar do conflito saudável em que eu gostei muito, porque havia momentos em que eu não concordava mesmo, mas porque não tinha pensado com a lente do Guga, por exemplo. Agora eu os tenho no programa e viramos amigos”, diz Evelle.

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