Orgulho

Conheça Nila: Atriz que estrelou primeiro beijo entre homens em Malhação se declara trans não-binária

Artista também integra o elenco da série De Volta aos 15, da Netflix; assista ao vídeo

Publicado em 29/01/2023

Esta será a primeira a única vez que esta coluna citará o nome e o gênero de Nila como ator cisgênero. Quando se chamava Pedro Vinícius, protagonizou o primeiro beijo entre homens na novela Malhação: Vidas Brasileiras, em 2018. Neste domingo (29), Dia da Visibilidade Trans, ela se declarou atriz trans não-binária e anunciou seu novo nome.

“Eu sou atriz, sou uma pessoa trans não-binária”, disse Nila em vídeo divulgado no Instagram. “Estou neste processo desde 2020, e hoje sinto muito a necessidade de mudar o meu nome. Nila é o nome que eu tenho experimentado desde o início de 2022 e que hoje sinto que me contempla não só como a pessoa que sou mas também como a artista que tenho me tornado”, prosseguiu.

No ano passado, Nila atuou na série De Volta aos 15, da Netflix, como César, identidade cisgênero da personagem Camila (Alice Marcone), uma mulher trans, na primeira fase da produção. Em sua rede social, a atriz admitiu dificuldade para tornar pública sua identidade de gênero em razão da escassez de trabalhos, o que ela associa à LGBTfobia.

“Faço pouquíssimos testes por ano, e isso eu atribuo ao fato de que existem pouquíssimas personagens escritas para pessoas como eu”, analisou. Ela ainda exibiu sua carteira de habilitação com o nome social e pediu para seus amigos corrigirem o contato do celular.

Nesta coluna, a não-binariedade foi abordada em uma entrevista com o dublador Marun Reis, que empresta sua voz a Viktor, personagem de Elliot Page na terceira temporada da série The Umbrella Academy, da Netflix. Ele explicou a nomenclatura.

“O não-binário, na verdade, é um guarda-chuva. Dentro dele, há várias definições, entre elas o gênero fluido. Vi ali algo que fazia muito sentido para mim. Não sou nem homem nem mulher, e esse ‘não ser’ me encaixou. O gênero não é o sexo. […] Não está ligado exclusivamente ao corpo, mas à cultura, à construção social. Não precisar me encaixar nestas construções me deu uma liberdade maravilhosa”, contou Marun.

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