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‘Remake disfarçado’ de Dona Xepa, Lua Cheia de Amor chega ao Globoplay e segue muito esperada no Viva

Marília Pêra e Francisco Cuoco protagonizam a história, que tem Arlete Salles em grande momento

Publicado em 22/05/2022

Situação atípica, em pleno dezembro de 1990 a TV Globo estreou uma nova novela – a do horário das 19h. Após algumas indefinições que quase a fizeram ser atração da faixa das 18h, Lua Cheia de Amor substituiu Mico Preto no segundo horário de folhetins inéditos da casa – à época, iniciado por volta das 18h50.

Lua Cheia de Amor esteve entre as opções oferecidas pelo Viva numa enquete em 2014, para que o público escolhesse a novela que sucederia História de Amor na faixa das 15h30 no final do ano. As outras duas possíveis escolhas eram Despedida de Solteiro e Tropicaliente, ambas de Walther Negrão – a segunda foi a vencedora e a primeira a substituiu no canal pago. E nada de Lua Cheia de Amor nesses quase 10 anos. Mas agora a história chega ao público através do resgate de clássicos pelo Globoplay.

Em 1977, a emissora havia exibido às 18h com bastante sucesso a novela Dona Xepa, escrita por Gilberto Braga a partir do texto teatral homônimo de Pedro Bloch, àquela altura também já transposto para o cinema com Alda Garrido no papel-título. A Xepa da TV foi Yara Cortes.

Em 1990, Dona Xepa foi resgatada numa ‘reedição disfarçada’, que contou com outros personagens e entrechos, desenvolvida pelo trio Ana Maria Moretzsohn, Ricardo Linhares e Maria Carmem Barbosa. Gilberto Braga figurou como supervisor de texto, devido à sua experiência anterior com a história que servia de ponto de partida.

De feirante a camelô

A antiga Dona Carlota, ou Xepa, feirante que batalhou duro para criar os dois filhos depois de ser abandonada pelo marido, reapareceu como Genuína, ou Genu (Marília Pêra), e de legumes na feira passou a vender panelas e utensílios como camelô, depois que o esposo irresponsável perdeu no jogo a loja de artigos de louça da família.

Seus filhos eram Rodrigo (Roberto Bataglin) e Mercedes (Isabela Garcia). Os dois tinham vergonha da pobreza e da mãe, a despeito de todos os sacrifícios feitos por Genu desde sempre, e queriam ascender socialmente. O marido trambiqueiro era Diego (Francisco Cuoco).

Isabela Garcia e Maurício Mattar em Lua Cheia de Amor (Reprodução/Globo)
Isabela Garcia e Maurício Mattar em Lua Cheia de Amor

Um romance de muito destaque no enredo é o de Mercedes com Augusto (Maurício Mattar), o rico herdeiro da família Souto Maia que deseja traçar seu próprio caminho sem depender da influência do pai, Conrado (Cláudio Cavalcanti).

Genu (Marília Pêra) em Lua Cheia de Amor
Genu (Marília Pêra) em Lua Cheia de Amor

Em seguida a seu sucesso como a malvada Perpétua de Tieta (1989/90), escrita também por Ana Maria e Ricardo, com Aguinaldo Silva, Joana Fomm foi a escolha inicial para o papel de Genuína. Mas atriz acabou sendo substituída por Marília Pêra no posto.

Como resultado de um planejamento que vinha desde 1987, a TV Globo fez Lua Cheia de Amor em regime de coprodução com as emissoras europeias Televisión Española (RTVE) e Televisão Suíça de Lugano (RTSI). De maneira que a fama internacional de Marília, devido a trabalhos como o premiado filme Pixote – A Lei do Mais Fraco (1980), de Hector Babenco, pesou a seu favor.

Arlete Salles vivia a engraçada Quitéria Jordão, ou Kika, como preferia ser chamada. Deslumbrada e sonhadora, Kika era obcecada pelas colunas sociais, em especial Laís Souto Maia (Susana Vieira), de quem desejava se aproximar. Expressões como “Fofa” e “Translumbrante” caíram na boca do povo, graças ao sucesso da personagem.

Muito curta – apenas 40 segundos – a abertura de Lua Cheia de Amor era embalada por ‘La Miranda’, na voz de Rita Lee, e um jogo de imagens de panelas e outros produtos vendidos em centros populares de comércio, com direito a uma Carmen Miranda estilizada com panelas em lugar de frutas tropicais, toma conta da tela.

Carlos Zara, Mário Gomes, Drica Moraes, Rodolfo Bottino, Geraldo Del Rey, Bete Mendes, John Herbert, Ivan Cândido, Nildo Parente, Nestor de Montemar, Leina Krespi, Sônia de Paula, Cláudio Corrêa e Castro e Reginaldo Faria, entre outros, também estiveram no elenco.

Em 2013, a Record TV apostou outra vez em Dona Xepa para uma novela de mesmo nome, agora com Ângela Leal no papel da feirante e Arthur Aguiar e Thaís Fersoza como seus filhos.

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