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‘Remake disfarçado’ de Dona Xepa, Lua Cheia de Amor chega aos 30 anos

Joana Fomm seria a estrela, mas foi preterida em favor da fama internacional de Marília Pêra

Publicado em 17/12/2020

Situação atípica, em pleno dezembro de 1990 a TV Globo estreou uma nova novela – a do horário das 19h. Após algumas indefinições que quase a fizeram ser atração da faixa das 18h, Lua Cheia de Amor substituiu Mico Preto no segundo horário de folhetins inéditos da casa – à época, iniciado por volta das 18h50.

Em 1977, a emissora havia exibido às 18h com bastante sucesso a novela Dona Xepa, escrita por Gilberto Braga a partir do texto teatral homônimo de Pedro Bloch, àquela altura também já transposto para o cinema com Alda Garrido no papel-título. A Xepa da TV foi Yara Cortes.

Em 1990, Dona Xepa foi resgatada numa ‘reedição disfarçada’, que contou com outros personagens e entrechos, desenvolvida pelo trio Ana Maria Moretzsohn, Ricardo Linhares e Maria Carmem Barbosa. Gilberto Braga figurou como supervisor de texto, devido à sua experiência anterior com a história que servia de ponto de partida.

De feirante a camelô

A antiga Dona Carlota, ou Xepa, feirante que batalhou duro para criar os dois filhos depois de ser abandonada pelo marido, reapareceu como Genuína, ou Genu (Marília Pêra), e de legumes na feira passou a vender panelas e utensílios como camelô, depois que o esposo irresponsável perdeu no jogo a loja de artigos de louça da família.

Seus filhos eram Rodrigo (Roberto Bataglin) e Mercedes (Isabela Garcia). Os dois tinham vergonha da pobreza e da mãe, a despeito de todos os sacrifícios feitos por Genu desde sempre, e queriam ascender socialmente.

Em seguida a seu sucesso como a malvada Perpétua de Tieta (1989/90), escrita também por Ana Maria e Ricardo, com Aguinaldo Silva, Joana Fomm foi a escolha inicial para o papel de Genuína. Mas atriz acabou sendo substituída por Marília Pêra no posto.

Como resultado de um planejamento que vinha desde 1987, a TV Globo fez Lua Cheia de Amor em regime de coprodução com as emissoras europeias Televisión Española (RTVE) e Televisão Suíça de Lugano (RTSI). De maneira que a fama internacional de Marília, devido a trabalhos como o premiado filme Pixote – A Lei do Mais Fraco (1980), de Hector Babenco, pesou a seu favor.

Arlete Salles vivia a engraçada Quitéria Jordão, ou Kika, como preferia ser chamada. Deslumbrada e sonhadora, Kika era obcecada pelas colunas sociais, em especial Laís Souto Maia (Susana Vieira), de quem desejava se aproximar. Expressões como “Fofa” e “Translumbrante” caíram na boca do povo, graças ao sucesso da personagem.

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