Romancista, dramaturgo, autor de telenovelas e minisséries e imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL), o baiano Dias Gomes completaria 100 anos nesta quarta-feira (19). Em sua homenagem e em memória de sua importante obra, o Canal Brasil o homenageia.
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Às 20h da própria quarta-feira, vai ao ar o filme O Pagador de Promessas, dirigido por Anselmo Duarte, baseado no texto teatral escrito por Dias em 1960.
Foi o primeiro filme brasileiro a ser indicado ao Oscar e até hoje o único a ganhar a Palma de Ouro em Cannes, um dos mais prestigiados festivais de cinema do mundo.
Zé do Burro (Leonardo Villar) e sua mulher Rosa (Glória Menezes) vivem em uma pequena propriedade a 42 quilômetros de Salvador.
Um dia, o burro de estimação de Zé é atingido por um raio e ele acaba indo a um terreiro de candomblé, onde faz uma promessa a Iansã/Santa Bárbara para salvar o animal.
Com o restabelecimento do bicho, Zé põe-se a cumprir a promessa e doa metade de seu sítio, para depois começar uma caminhada rumo a Salvador, carregando nas costas uma imensa cruz de madeira.
Mas a via-crúcis de Zé ainda se torna mais angustiante ao ver sua mulher se engraçar com o cafetão Bonitão (Geraldo Del Rey) e ao encontrar a resistência ferrenha do Padre Olavo (Dionísio Azevedo) a negar-lhe a entrada em sua igreja, pela razão de Zé haver feito sua promessa em um terreiro de macumba a Iansã.
A história também ganhou uma versão na televisão, gravada em 1987 e levada ao ar em 1988, como minissérie, na TV Globo. Dirigida por Tizuka Yamasaki, O Pagador de Promessas teve na ocasião José Mayer (Zé do Burro), Denise Milfont (Rosa), Nelson Xavier (Bonitão) e Walmor Chagas (Padre Olavo) nos papéis centrais.
Além deles, Mário Lago, Joana Fomm, Yara Cortes, Osmar Prado, Stênio Garcia, Harildo Deda, Yara Lins, Guilherme Fontes, Jofre Soares, Carlos Eduardo Dolabella, Ana Beatriz Nogueira e Diogo Vilela também estiveram no elenco.
Em 1999, quando Dias Gomes faleceu, aos 76 anos, em decorrência de um acidente automobilístico, a minissérie foi reapresentada em sua homenagem. Uma primeira reprise já havia ocorrido em 1991, no Vale a Pena Ver de Novo, e em 2015, compactada como um telefilme, ocorreu outra, nos 50 anos da TV Globo.