Entrevista

Antonio Fagundes relembra Bruno Mezenga e afirma: “Sou o rei do gado para muita gente até hoje”

Novela de Benedito Ruy Barbosa será reprisada pela terceira vez no Vale a Pena Ver de Novo a partir de novembro

Publicado em 18/10/2022

No intervalo comercial do último capítulo de Pantanal, na noite de 4 de outubro, a TV Globo surpreendeu os espectadores com o anúncio de mais uma reprise de O Rei do Gado, também de Benedito Ruy Barbosa, na sessão Vale a Pena Ver de Novo, em substituição a A Favorita, de João Emanuel Carneiro.

Levada ao ar pela primeira vez entre junho de 1996 e fevereiro de 1997 – e de lá para cá reexibida duas vezes pela emissora, em 1999 e 2015, e mais uma pelo Canal Viva, em 2011 -, O Rei do Gado sem dúvida é um dos grandes clássicos da nossa teledramaturgia, e volta à telinha em 7 de novembro.

O protagonista absoluto da história, Antonio Fagundes, que viveu Bruno Mezenga – e seu avô Antônio, na primeira fase -, relembra a época das gravações e afirma, sobre o quão marcante é o personagem: “Sou o rei do gado para muita gente até hoje”. Confira abaixo:

Como foi a sensação ao saber que ‘O Rei do Gado’, um de seus grandes trabalhos em novelas, será a próxima trama do ‘Vale a Pena Ver de Novo’?
É maravilhoso saber que vai passar no ‘Vale a Pena Ver de Novo’. A novela continua sendo um grande sucesso, e tenho certeza de que nessa volta ela vai estourar. O público ainda tem uma grande lembrança da trama, e eu acredito que muita gente vai querer acompanhar outra vez.

O Bruno Mezenga foi um de seus personagens que mais repercutiram com o público, certo? Como eram as abordagens e até hoje as pessoas comentam sobre esse trabalho com você?
O Bruno Mezenga foi realmente um personagem fortíssimo. Até hoje as pessoas brincam comigo, me chamam de “rei do gado” na rua, e lembram do nome do personagem. Virou uma marca muito forte na minha carreira ter feito esse personagem tão brilhante.

Como foi o processo de construção para viver um homem que fez fortuna com criação de gado?
Foi muito gostoso, porque passamos um tempo no interior de Goiás, eu conheci e me baseei em algumas pessoas com quem convivi durante o processo de criação. Aquele jeito especial de ele falar na época criou até uma estranheza junto ao público, mas depois acabou sendo incorporado definitivamente ao personagem. Foi muito especial perceber que o público acabou entendendo.

Relembre um pouco a trajetória do Bruno com a Luana (Patricia Pillar).
O relacionamento do Bruno com a Luana é um dos pontos fortes da novela, uma sem-terra com um dono de latifúndio, situações que só um autor brilhante como o Benedito Ruy Barbosa sabe fazer. Juntar essas partes talvez irreconciliáveis na vida de forma tão bonita na novela.

Como foi a parceria com a Patricia Pillar e com outros atores do elenco que você mais conviveu durante a novela?
O elenco era muito especial, tinha gente muito querida. A Patricia é uma companheira de cena fantástica, de uma simpatia, muito carinhosa com todos. Eu tinha também o Stênio (Garcia) como companheiro de cena, já havíamos feito tantos anos de ‘Carga Pesada’, e depois voltamos a trabalhar juntos, foi um reencontro marcante. Bete Mendes também era especial… se eu continuar vou falar o nome de todo mundo, porque eram realmente pessoas maravilhosas.

Qual a cena ou sequência mais te marcou em ‘O Rei do Gado’?
A sequência que mais me marcou foi a ida do Enrico (Leonardo Brício), filho do Antônio Mezenga, para a guerra. Ele fala que vai para a guerra porque o pai não o deixa se casar com a filha do Giuseppe Berdinazzi (Tarcísio Meira), a Giovanna (Leticia Spiller), e essa cena é linda. O filho indo para o portão, com o pai e a mãe desesperados na fazenda. Gosto muito de lembrar dessa cena.

Alguma curiosidade em especial ficou marcada nas suas lembranças dos bastidores?
O que eu me lembro de mais gostoso foi que eu quis fazer as duas fases da novela. Eu disse ao Benedito que eu queria entrar na primeira fase de qualquer jeito, e ele me deu um personagem extraordinário, o Antônio Mezenga, que é o avô do Bruno Mezenga, um italiano que migrou para o Brasil e era dono de uma fazenda de café. Um personagem delicioso, me diverti muito fazendo, e mais ainda sabendo que eu faria a segunda fase da novela.

De que forma essa novela marcou sua carreira?
A novela, como eu disse, me marcou para o resto da vida. Eu sou o ‘rei do gado’ para muita gente ainda hoje, principalmente pelas questões que ela levantou. Não só no Brasil, mas no mundo inteiro: ‘El Rey del Ganado’ na América do Sul, eu fui reconhecido na Rússia, na Hungria… foi uma novela que explodiu no mundo inteiro, sempre muito bem recebida.

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