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Reprise de Paraíso Tropical faz justiça à obra de Gilberto Braga

Repeteco mostrou que a trama tem inúmeras qualidades

Publicado em 28/01/2022

Alvo de merecidas homenagens desde seu falecimento, no final do ano passado, Gilberto Braga é um dos nomes mais lembrados do canal Viva, que já reexibiu várias de suas novelas. E a reprise de Paraíso Tropical, encerrada nesta sexta-feira (28) na emissora, também serviu como uma justa homenagem ao autor. A trama não figura entre os mais lembrados trabalhos do novelista, mas sua reprise reafirmou as qualidades da obra.

Em 2007, quando foi ao ar na Globo, Paraíso Tropical demorou a engrenar. A saga das gêmeas Paula (Alessandra Negrini) e Taís (Alessandra Negrini) sucedeu Páginas da Vida e causou alguma estranheza no público ao tocar em temas espinhosos, como o turismo sexual e a prostituição. O casal principal, formado por Paula e Daniel (Fábio Assunção) também não caiu nas graças do público.

Mas, no decorrer da obra, a novela engrenou, e tipos populares como Bebel (Camila Pitanga) e Olavo (Wagner Moura) caíram no imaginário popular. Com isso, Paraíso Tropical não saiu de cena com o rótulo de fiasco, mas acabou perdendo força na memória do noveleiro. Porém, exaltada por fãs ardorosos, a trama ganhou ares de cult.

Paraíso Tropical inaugurou a parceria oficial de Gilberto Braga com Ricardo Linhares, que se seguiu em Insensato Coração (2011) e Babilônia (2015, esta com João Ximenes Braga). Ao tradicional estilo de Braga, à vontade para falar da elite carioca e seus “podres”, Linhares acrescentou a agilidade da narrativa episódica, fazendo de Paraíso Tropical uma novela movimentada e cheia de ação.

A reprise no Viva mostra como Paraíso Tropical foi uma novela muito bem armada, com personagens cativantes e bem amarrados, e uma trama ágil e envolvente. Comparada à boa parte das novelas produzidas atualmente, é uma trama acima da média. O Viva, então, acertou em cheio com o resgate.

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