Crítica

Negligenciado na TV aberta, jovem ganha novo espaço no Matéria Prima

Emissora ressuscita título clássico e volta a mirar no adolescente

Publicado em 27/11/2021

Novidade da TV Cultura, o novo Matéria Prima veio com a mesma proposta do clássico que Serginho Groisman comandou em 1990: ser um espaço para o jovem na televisão. Rafael Cortez, que comanda a nova empreitada, ressalta que não se trata do mesmo programa, e é verdade. Mas o “espírito” é bem parecido.

Na prática, Matéria Prima é um programa de TV convencional. Rafael Cortez, diante de uma pequena plateia, recebe convidados para uma entrevista, discute assuntos e abre espaço para a música. O jovem participa mandando perguntas pelas redes sociais, e a plateia também participa da conversa.

O diferencial é a maneira como o Matéria Prima é feito. Produzido no campus da Universidade Cruzeiro do Sul, o programa envolve estudantes de comunicação em sua produção. Ou seja, é, ao mesmo tempo, um programa de TV e um laboratório. Proposta interessante.

Mas, para o espectador, se trata de um programa de entrevistas com música. Um formato nada novo, mas que andava meio em baixa na TV aberta. Só por isso, o novo Matéria Prima já diz a que veio. Rafael Cortez é um apresentador burocrático. Faz o que se espera, é simpático com seus convidados e conduz bem suas atrações.

Porém, o maior trunfo do Matéria Prima é trazer o jovem de volta para a TV. Trata-se de um segmento de público cada vez mais desassistido da televisão aberta. Por isso, para que o Matéria Prima cresça e se aprimore, o ideal é, cada vez mais, abrir espaço para debates sobre assuntos que interessam ao adolescente. Ver uma boa entrevista com uma celebridade é legal, mas um bom debate com o frescor da juventude sempre rende boas ideias.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.

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