Apanhado da semana

Com Pantanal, Globo faz as pazes com o público de novelas

Primeira semana da novela de Bruno Luperi agradou e elevou a audiência

Publicado em 02/04/2022

Em toda a sua história, a Globo já enfrentou algumas crises com suas novelas, que são o carro-chefe da programação. Uma delas foi em 2002, quando tramas como Sabor da Paixão às 18h, O Beijo do Vampiro às 19h e Esperança às 21h derrubaram a audiência de seus respectivos horários. Porém, nos anos posteriores, vieram grandes sucessos como Mulheres Apaixonadas (2003), Chocolate com Pimenta (2003) e Da Cor do Pecado (2004), que fizeram história.

A crise atual se arrasta há algum tempo, e são duas as razões. Uma delas é o fato de o horário nobre do canal ter sido dominado por tramas que tinham uma cara mais “experimental”, que foram Amor de Mãe (2019/21) e Um Lugar ao Sol (2021/22). Novelas que tiveram suas qualidades, mas que o público mais convencional estranhou.

Outra razão é a pandemia e suas consequências. A maratona de reprises até começou bem, com Fina Estampa (2020) e Totalmente Demais (2020) entregando bons resultados, mas logo o excesso de repetecos cansou. O afrouxamento das regras de isolamento também deve ter afetado a audiência, já que as pessoas, cansadas de ficar em casa, voltaram a sair.

Neste contexto, a estreia de Pantanal pode ser o início do resgate deste público por parte da Globo. A primeira semana arrancou elogios merecidos do público e da crítica. Mas, mais que uma superprodução, Pantanal é uma novela à moda antiga. É linda, bem escrita, extremamente bem dirigida. Mas é uma novela convencional. Uma boa novela convencional.

Sua estrutura mais tradicional, somada à nostalgia daqueles que acompanharam a primeira versão, servem como um importante chamariz que, a julgar pelos primeiros resultados, se revela acertado. O bom desempenho de Pantanal faz bem à grade e pode significar a volta do público aos demais horários. Além da Ilusão, aliás, ensaia o mesmo às seis, e até Quanto Mais Vida, Melhor! tem ganhado público nos últimos dias. Ou seja, novelas têm seus dias de crise, mas ainda são um produto audiovisual poderoso e que atrai o público.

Criançada órfã

Com o fim do Bom Dia & Cia, a TV comercial aberta não terá mais programa infantil diário. A extinção do programa de Silvia Abravanel faz o SBT repetir os passos da Globo que, em 2012, aboliu de vez a TV Globinho diária, relegando seus desenhos animados às manhãs de sábado. Por enquanto, o Sábado Animado permanece na grade do SBT e será a única faixa de desenhos do canal.

Desanimado

Na Globo, a versão semanal da TV Globinho durou até 2015, quando o infantil foi substituído pelo É de Casa. Será que o Sábado Animado do SBT seguirá o mesmo caminho? Provavelmente não, já que o canal de Silvio Santos não parece muito disposto a investir em um novo programa para as manhãs de sábado. Mas de repente, pode até surgir um Notícias Impressionantes no caminho… Oremos!

É verdade!

Sabrina Sato fez sua estreia no Grupo Globo com o início da nova temporada do Saia Justa, na última quarta-feira (30), no GNT, dividindo o sofá com Astrid Fontenelle, Luana Xavier e Larissa Luz. O novo quarteto funcionou e injetou diversidade ao tradicional programa, que completa 20 anos. Astrid, aliás, segue impecável como âncora. Tem o programa nas mãos.

Não rolou

Se a nova formação do Saia Justa deu certo, o mesmo não se pode dizer da nova formação do Encrenca. O programa da RedeTV! virou uma mistura de nada com coisa alguma ao mesclar Gretchen, Narcisa Tamborindeguy e Beby num mesmo palco. Nada funcionou.

Novela da novela

Ideia antiga da Band, a aposta em séries nacionais como alternativa às novelas pode finalmente acontecer. A emissora nomeou Leonor Corrêa como mandachuva do novo núcleo de teledramaturgia e, segundo Flavio Ricco, deve aproveitar os estúdios da Vera Cruz para dar seguimento à ideia. Que bom!

Todo sábado, a coluna resgata o que foi assunto por aqui ao longo da semana. Um abraço e até a próxima!

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