Em 1990, ano de seus 25 anos, a TV Globo pretendia que Rainha da Sucata, cartaz do horário nobre com texto de Silvio de Abreu, fosse substituída em outubro por Araponga, de Dias Gomes, Lauro César Muniz e Ferreira Gullar.
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Só que o sucesso da TV Manchete com Pantanal, de Benedito Ruy Barbosa, que começava por volta das 21h30, levou a emissora dos Marinho a uma iniciativa pouco usual. Araponga foi escalada para competir com Pantanal às 21h30, e uma nova história teve que ser providenciada para estrear mais ou menos na mesma época, quando acabasse Rainha da Sucata às 20h30.
Foi aí que Cassiano Gabus Mendes, que em geral criava seus personagens para a faixa das 19h, escreveu sua segunda novela das 20h para a emissora – a primeira foi Champagne, em 1983/84. Amor e Ódio, título depois modificado para Meu Bem, Meu Mal, foi implantada em poucas semanas, mas seguiu sua trajetória a contento.
Alguns autores passaram por situação parecida, até mais de uma vez. No SBT, Walcyr Carrasco viu sua Fascinação começar a ser gravada menos de um mês antes da data marcada para a estreia, que deveria coincidir com a de Torre de Babel, de Silvio de Abreu, na Globo.
Walther Negrão teve seu potencial de criação exigido em vários momentos. Autor de várias temporadas de Malhação, Emanuel Jacobina também teve que colocar no ar em poucas semanas a novela que marcou sua estreia no gênero, Coração de Estudante (2002), escalada para cobrir uma vaga que seria da então cancelada A Dança da Vida, de Maria Adelaide Amaral.
E é claro que a mestra Janete Clair não poderia ficar de fora de uma lista como essa: ao menos três trabalhos da novelista surgiram assim “no susto”, e mesmo assim ficaram para a História com agá maiúsculo. Basta dizer que Pecado Capital (1975/76) foi um deles.
Nesta semana Curiosidades da TV trata do tema das novelas implantadas às pressas, em geral devido a problemas de ordem de produção nas emissoras, como você poderá saber ou relembrar no vídeo. Não deixe de ver!