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Criticada por supostamente passar uma imagem falsa de São Paulo, O Grito ia ao ar há 45 anos

Novela de Jorge Andrade se passava numa São Paulo que desumanizava seus habitantes

Publicado em 12/11/2020

Ao longo da década de 1970, a TV Globo manteve o núcleo das novelas das 22h, que pela exibição mais tardia possibilitava experimentações temáticas e narrativas. De maneira que a faixa era ideal para autores inquietos de teatro, como Dias Gomes, Bráulio Pedroso e Jorge Andrade.

Depois do sucesso de sua primeira novela, Os Ossos do Barão (1973), exibida às 22h, no mesmo horário Jorge estreou em 27 de outubro de 1975 a segunda, O Grito. Logo após a baiana Ilhéus nos anos 1920, cenário de Gabriela, o escritor propunha tratar da cidade grande e da desumanização que ela provoca em seus habitantes.

“O grito” do título tanto aludia a um elevado ruído emitido de tempos em tempos por um menino doente quanto representava o próprio pedido de socorro do homem em meio à selva de pedra, aqui fazendo uma alusão a outro clássico da época, escrito em 1972 por Janete Clair.

No Edifício Paraíso, em São Paulo, integrantes de várias classes sociais, com seus conflitos e necessidades, entravam em conflito por suas diferenças e pela questão que envolve Paulinho (Marcos Andreas), filho da ex-freira Marta (Glória Menezes). O garoto excepcional, que solta gritos horríveis durante a noite.

O TBT da TV do Observatório da TV fala nesta semana sobre a novela que, no decorrer desses mais de 40 anos, acabou por se tornar uma produção cult da nossa teledramaturgia. O Grito era acusada de passar uma imagem equivocada de São Paulo, que não seria “dura, fechada, fria” como definido por Jorge Andrade.

Tanto assim que tem sido cada vez mais lembrada para uma nova versão, em tempos de discussão sobre demolir ou não o Elevado Presidente João Goulart, antes Costa e Silva, popularmente Minhocão. Confira o vídeo!

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