Pela primeira vez, a exibição de Yellowstone será quase instantânea no Brasil. A quarta temporada estreia no streaming Paramount+ na segunda (8), um dia após a exibição nos Estados Unidos. Essa é uma ótima oportunidade para ficar por dentro dessa série imperdível, a melhor que você ainda não viu.
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A mistura de elementos clichês da dramaturgia, como briga de irmãos por herança, com temáticas incomuns de serem vistas na TV fazem Yellowstone ser especial. As paisagens de tirar o fôlego, atuações de primeira linha e discursos motivacionais do personagem de Kevin Costner (com introspecções de fazer rir ou pensar) estão dentro do pacote sólido da atração.
Confira cinco motivos para assistir à Yellowstone:
Barraco em família
A base de tudo é a família. Yellowstone é uma Succession na zona rural. Três filhos (dois homens e uma mulher) brigam pela herança do pai. No caso, o patriarca é John Dutton (Kevin Costner), dono de um rancho gigantesco e, com a saúde deteriorada, precisa determinar quem vai herdar o império.
O telespectador aposta em qual dos filhos tem mais chances ou merece a coroa. E o trio de irmãos faz de tudo para convencer o pai (e de tabela o público) de que são dignos de sentar no trono. Então, não falta traições, gritaria e ofensas de todos os lados.
Em tese, o caubói Kayce (Luke Grimes) é o mais desinteressado nas terras, isso por causa de traumas. Já o advogado Jaime (Wes Bentley) é ambicioso e tem como principal rival a Beth (Kelly Reilly), manipuladora nata. Não há tempo para vulnerabilidade. E nada de abrir o coração nessa família desajustada.
Fotografia sensacional
Yellowstone é ambientada no Estado de Montana, localizado no noroeste dos EUA, que é essencialmente rural, o quarto maior em extensão territorial. As cenas mostradas nos episódios, como montanhas, vastos terrenos verdes e rios, são raras de serem vistas em uma série. O clima da zona rural é gostoso e faz bem aos olhos.
A narrativa às vezes dá um tempo no caos ao focar nas florestas e na rotina de um rancho. São poucos momentos de paz, podendo até criar um clima para romances. Além de Montana, a série gravou cenas no Estado de Utah, um pouco mais ao sul.
John Dutton, coach da vida
O papel de John Dutton caiu muito bem em Kevin Costner. O ator e diretor vencedor de dois Oscars e dois Globos de Ouro interpreta com precisão o fazendeiro turrão, de cara fechada e um homem de família. Uma das marcas dele são frases de efeito, entendidas de formas variadas: como palavras de sabedoria ou só um esforço de filosofar sobre a vida, o que culmina em uma espécie de coach frustrado.
Que tal esse conselho: “Aprenda a ser mais cruel do que o mal, ame a sua família e aproveite o nascer do sol“. Ou uma motivação tipo “isso aqui pode acabar com a gente. Mas vamos fazer mesmo assim“. Tem ainda esse traço de verdade: “A vida tem uma constante. Você constrói algo valioso. Daí, alguém vai tentar roubá-lo“. E essa pérola: “Há um ditado por aí. Se sua filha sabe montar a cavalo, ninguém vai montar nela.“
Elenco de primeira
Costner encabeça o elenco de Yellowstone, que é bom de ponta a ponta. Entre os filhos, o destaque fica por conta de Kelly Reilly. Ela dá show ao interpretar uma filha cheia de problemas, acumulados por um passado sombrio. A busca da cura vem em uma vida promíscua e cheia de bebedeira.
O elenco de apoio é excelente, dos trabalhadores de Dutton alocados no alojamento do rancho aos vilões que surgem a cada temporada. Quem curte uma série com atuações de alto nível se satisfaz em Yellowstone.
Fora da curva
O balanço de apresentar uma estrutura convencional em uma roupagem inovadora se faz presente na trama em si. Yellowstone coloca no centro da narrativa os indígenas, de longe a parcela da população americana menos representada na TV. É um retrato importante para o público absorver um pouco sobre como os EUA lidam com a população original daquele território.
Os Duttons tem uma tribo nativa como rival. E Kayce é casado com uma indígena, chamada de Monica Dutton-Long (Kelsey Asbille). Aqui, Yellowstone abre mais espaço para esse arco porque Monica é professora universitária especializada na história dos Estados Unidos. Ela leciona os fatos pelo ponto de vista indígena, viés excluído dos livros didáticos.
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