AN AMERICAN SAGA

Quase um documentário, série essencial narra a origem do Wu-Tang Clan

Trama sobre o maior e melhor grupo de rap de todos os tempos estreia na quarta (20), no Star+

Publicado em 19/04/2022

Com um atraso de três anos, a série Wu-Tang: An American Saga chega ao Brasil na quarta-feira (20), novo lançamento do Star+. A atração narra a fundação do maior e melhor grupo de rap de todos os tempos, o Wu-Tang Clan. O propósito da trama, quase um documentário, faz ela ser essencial a todo mundo que gosta de música, não apenas para quem faz parte do movimento hip-hop.

Dois pontos tornam a série Wu-Tang: An American Saga “prima” de um documentário. O primeiro é o desenvolvimento do enredo, indo lá na raiz antes mesmo do grupo ser criado, no começo dos anos 1990. A correria de cada rapper é mostrada, de forma destrinchada, antes deles se juntarem e formarem o clã.

Outra característica marcante é a formação do elenco. Os atores escolhidos para representarem as lendas do rap são ou idênticos às pessoas reais (caso de TJ Atoms na pele de Ol’ Dirty Bastard) ou têm um timbre de voz absurdamente próximo aos dos MCs (os destaques nesse quesito são David “Dave East” Brewster, intérprete do Method Man, e Shameik Moore, o Raekwon).

TJ Atoms na pele de Ol' Dirty Bastard em Wu-Tang: An American Saga
TJ Atoms na pele de Ol’ Dirty Bastard em Wu-Tang: An American Saga

O início da saga

O ponto de vista da narrativa é de Bobby Diggs, conhecido como RZA (Ashton Sanders). De pano de fundo está a Nova York dos anos 1990, com a epidemia de crack tomando as ruas. 

Bobby encontra na música a saída da vida dura e perigosa do pedaço marginal do bairro Staten Island. Já o irmão dele, Divine (Julian Elijah Martinez), só vê saída rumo a um futuro melhor no tráfico de drogas.

A religião também é um fator em Wu-Tang: An American Saga. O Islã tem forte influência em vários indivíduos do grupo e isso a trama apresenta muito bem. E as lições da chamada Filosofia Oriental tiveram impacto nas letras e objetivos do clã, muita coisa retirada de filmes trash e clássicos de kung fu daquela época.

Bobby é o produtor, a mente brilhante atrás das melhores batidas, secas e cruas, para os MCs mandarem a rima em cima. O desafio dele era unir todo o talento que conhecia das ruas e convencer cada rapper a se juntar com outros ao invés de apostar em uma carreira solo.

Essa investida acarreta em vários conflitos, seja de um rapper contra outro ou do jovem na linha fina entre o crime e a vida artística. Sem apelar, Wu-Tang: An American Saga retrata com precisão esse cenário.

Criação das letras

A série agrada aos amantes de música, por observarem a formação de um grupo lendário. Para quem é fã de carteirinha do Wu-Tang Clan há muitas coisas legais encenadas. O que mais chama a atenção são as criações das músicas e rimas.

RZA é um dos produtores executivos do drama, assim como Method Man. Ou seja, o que está no roteiro foi indicado e aprovado pelas pessoas que viveram aquilo. À parte a licença criativa, muito do gravado realmente aconteceu.

Sabendo disso, o fã do grupo pode ficar atento a várias referências. Verdadeiros hinos do rap são mostrados na concepção, detalhando sobre cada MC criou as rimas eternizadas. É o nascedouro das faixas do célebre álbum Enter the Wu-Tang (36 Chambers).

Soma-se a isso tudo um aspecto que não poderia ficar de fora. Wu-Tang: An American Saga abre espaço para apresentar ao público como o inconfundível logo do grupo foi criado.

O Star+ lança na quarta (20) a primeira temporada, com os passos iniciais do grupo. A série tem no total três levas de episódios; a última ainda está em produção. ⬩

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