Crítica

Mulher-Hulk: Defensora de Heróis faz comentário irreverente a respeito da própria Marvel Studios

Análise do nono episódio da série da Marvel Studios para a Disney+

Publicado em 13/10/2022

Finalmente chegamos no grand finale de Mulher-Hulk: Defensora de Heróis, a última série da Fase 4 da Marvel Studios para a Disney+; lembrando que a atual fase fechará com o lançamento de Pantera Negra: Wakanda para Sempre nos cinemas.

Desde o primeiro episódio intitulado ‘Uma Quantidade Normal de Raiva’, fomos avisados que a série protagonizada pela poderosa Mulher-Hulk não seria uma típica produção de super-heróis da Marvel Studios. E não foi mesmo!

Ao invés de muita ação e pancadaria – algo mais que natural pela força física da personagem – tivemos uma comédia jurídica focada em tratar de algumas coisas relacionadas ao universo feminino atual. Algo que se mostrou um acerto pela irreverência com que abordaram alguns desses assuntos.

Mesmo este episódio derradeiro chamado ‘De Quem É Essa Série?’, representou esta proposta descontraída, inclusive apontando o dedo para a própria Marvel Studios e suas produções padronizadas.

Mulher Hulk 1
Tatiana Maslany deslumbrante como a super-heroína da Marvel

Agressiva insegurança masculina

Antes de fechar a conta, veremos uma última espetada de Mulher-Hulk: Defensora de Heróis. E, mais uma vez, o alvo é a figura masculina, especialmente aquela que sofre de tamanha insegurança e sente que para prevalecer é necessário atacar e diminuir a honra do próximo. Melhor dizendo, próxima.

Pelo nono e último capítulo da produção Marvel Studios, testemunhamos o grau de infantilidade masculina, que sente-se “oprimido” pelo despertar social da mulher, que não costuma (racionalmente) tolerar certos atos vindos dos homens, que juntam-se como em um ‘clube do bolinha’ para desossar estas mulheres.

Porém, não podemos dizer que a criadora Jessica Gao foi capaz de aproveitar o melhor dessa ideia em ‘De Quem É Essa Série?’, infelizmente. Tal tópico foi preterido por uma outra espetada, dessa vez, direcionada à própria Marvel e seus mandante Kevin Feige.

Mulher Hulk 2
A advogada Jennifer Walters em ação na série da Marvel Studios para a Disney+

O mandachuva de boné

Não é de hoje que vemos uma leva de gente criticando as atuais produções de super-heróis que tomaram as salas de cinema, e agora, streaming. O argumento utilizado para criticar tais obras tenta reduzir estes trabalhos como similares, ou até mesmo, iguais.

Obviamente, não são iguais. Entretanto, é inegável que existe uma fórmula de sucesso, explorada à exaustão por tantos produtores. E, Kevin Feige é mais um destes.

É confortável reconhecer o bom humor dessa autocrítica, ainda mais quando percebemos quem ou o quê foi comparado o grande mandachuva da Marvel Studios. Contudo, isso não deveria parar por aí, uma vez que, cada vez mais, torna-se necessário compreender as mudanças que são parte da nossa realidade, que vão além dos conceitos e ideologias.

Resumindo: também não devemos fechar nossos olhos para as claras limitações que este modelo impõe para estas produções no campo estético.

Torçamos para que a autocrítica (realmente) seja um aprendizado.