A nova série animada da Netflix, Good Times, estreou nessa sexta-feira (12), e procura revitalizar a clássica sitcom dos anos 1970 produzida por Norman Lear, trazendo personagens icônicos para um novo formato e público. Porém, segundo a crítica do portal Flixlândia, essa tentativa de modernização não obteve o êxito que se esperava.
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Ambientada no mesmo cenário urbano de Chicago dos anos 1970, Good Times revive a vida da família Evans em uma versão animada e voltada para o público adulto. A série acompanha Reggie Evans e sua família enquanto eles tentam navegar pelos desafios da vida na cidade, com uma pitada de humor e situações absurdas que incluem até um bebê traficante. O lançamento da Netflix de dez episódios explora, com um tom mais irreverente e controverso, temas sociais complexos que a produção original abordava de forma mais sutil e calorosa.
A nova Good Times de 2024 se distancia significativamente da obra de Lear em termos de tom e intenção. A tentativa de Seth MacFarlane e da equipe de produção de injetar um humor mais ácido e situações exageradas não parece homenagear adequadamente o legado da série original. A presença de personagens como um bebê traficante pode ser vista como uma tentativa mal ajustada de modernizar a produção para choque e riso, mas acaba por frustrar fãs antigos e potenciais novos espectadores.
A dublagem de JB Smoove como Reggie vale ser destacada, trazendo carisma para um personagem que luta para se alinhar com os valores tradicionais enquanto se adapta às novas realidades de seu ambiente. No entanto, a série luta para encontrar um equilíbrio entre homenagear o produto original e explorar novos territórios criativos. Referências constantes a episódios antigos e a inclusão de personagens icônicos em pequenos “cameos” parecem mais como um reverência do que como um verdadeiro desenvolvimento narrativo.
Good Times, da Netflix, tenta desesperadamente capturar a essência de uma família negra enfrentando a adversidade com humor e graça, mas se perde em sua execução. Enquanto momentos isolados brilham por conta da boa atuação do elenco de dublagem e algumas escolhas criativas audaciosas, a série, como um todo, falha em capturar o coração e a profundidade que fizeram da produção original um marco na televisão.
Para os fãs da série clássica e para novos espectadores, a versão de 2024 pode não oferecer os “bons tempos” que promete, tornando-se um elemento divisório mais do que um ponto de união cultural.