AVALIAÇÃO

Críticos detonam The First Lady, série com Viola Davis: ‘Desperdício de talento’

Drama estreia nesta segunda-feira (18), no streaming Paramount+

Publicado em 18/04/2022

No papel, a minissérie The First Lady é como aquele time recheado de craques rumo ao título do campeonato. Mas o resultado final não passou de decepção, porque a execução ficou muito aquém do esperado, segundo avaliações dos críticos americanos. O drama, que estreia nesta segunda-feira (18) no streaming Paramount+, foi detonado pelos especialistas. O principal ponto negativo apontado foi o “desperdício de talento”, reunião de atrizes de ponta dentro de um roteiro ruim.

Concebida para beliscar indicações no Emmy, The First Lady é atração do canal americano Showtime. A proposta da trama é narrar a intimidade de três primeiras-damas dos Estados Unidos ao longo da história: Eleanor Roosevelt (interpretada por Gillian Anderson), anos 1930; Betty Ford (Michelle Pfeiffer), anos 1970; e Michelle Obama (Viola Davis), anos 2010.

Kristen Baldwin, da Entertainment Weekly, deu a nota C+, no limite do razoável, para o drama passar de ano raspando. “A série tem boas intenções, mas entrega uma narrativa pesada e enfadonha que desperdiça o talento das atrizes protagonistas.”

Gillian Anderson (à esq) e Michelle Pfeiffer em The First Lady
Gillian Anderson à esq e Michelle Pfeiffer em The First Lady

Imitação e pobreza de texto

Uma argumentação comum entre os especialistas foi o roteiro mal desenvolvido. O trio de atrizes procurou fazer o máximo com o que foi escrito. Isso causou sérios problemas, como a impressão de que elas apenas imitaram as pessoas reais que representavam em cena, ao invés de atuarem.

Para Angie Han, da The Hollywood Reporter, “as atrizes não tiveram muito o que fazer não”, citando a pobreza do texto de The First Lady. A ideia de imitação também se estendeu aos homens coadjuvantes, como O. T. Fagbenle na pele de Barack Obama e Kiefer Sutherland como Franklin D. Roosevelt, segundo a jornalista.

A imitação também foi realçada por Caroline Framke, da Variety: “O roteiro não consegue decidir por qual caminho as cenas devem ir (…) então, os atores acabam caindo em um parâmetro padrão e flertam com a imitação.”

Outro ponto de crítica foi o entrelaçamento das três histórias contadas, em diferentes décadas e períodos da sociedade. “Forçar a junção dessas histórias não apenas confunde o telespectador, mas também causa um desserviço como um todo [pensando no objetivo da série], escreveu Caroline.

O potencial de The First Lady jogado no lixo foi notado por Judy Berman, da revista Time. Ela não deixou de apontar que “a série cometeu um erro crasso de escalação de elenco, uma oportunidade desperdiçada”. Como destaque positivo, ela pinçou Michelle Pfeiffer, na pele de Betty Ford, “a única protagonista que faz algo além da imitação.”

Kelly Lawler, do USA Today, refletiu todos esses sentimentos acerca de The First Lady, dando duas estrelas e meia (de cinco) para a série. A jornalista registrou que a trama “ficaria melhor se focasse em uma primeira-dama por vez, pois as histórias entrelaçadas competem com a nossa atenção.”

Michelle Pfeiffer foi destacada por ela como “a verdadeira estrela da série, elevando a atuação e fugindo da imitação”. Kelly resumiu The First Lady de uma forma exata, na conclusão da avaliação dela:

“The First Lady parece destinada a entrar para a história como uma boa série que se perdeu em muitas narrativas, o que a impediu de se tornar uma série grandiosa. Há muitos cozinheiros na cozinha. Ou melhor, há muitas primeiras-damas na Casa Branca [a sede do governo americano e moradia da família presidencial]. ⬩

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