Na nova novela das 18h da Globo, Éramos Seis, escrita por Ângela Chaves, uma das personagens com maior teor romântico é Clotilde. Simone Spoladore interpreta esta que é uma das irmãs da protagonista Lola (Glória Pires) e que, embora bonita e prendada, segue solteirona. Tanto Lola quanto Olga (Maria Eduarda de Carvalho), a irmã mais nova, no decorrer da história constituem grandes famílias, enchendo de netos a matriarca D. Maria (Denise Weinberg). Hoje vamos relembrar algumas das solteironas das novelas.
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Irmãs Cajazeira: inesquecíveis solteironas das novelas
Um dos maiores ícones entre as solteironas das novelas foi criado por Dias Gomes. A novela O Bem-amado (1973), pioneira na produção do gênero em cores, trouxe entre seus personagens as famosas Irmãs Cajazeira. Toda a pequena Sucupira conhecia Dorotéa (Ida Gomes), Dulcinéa (Dorinha Duval) e Judicéa (Dirce Migliaccio), as mais fervorosas correligionárias do prefeito Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo). Ele mantinha casos com as três, apesar de não querer se casar com nenhuma. Claro que publicamente a imagem que as Cajazeiras mantinham era de “donzelas juramentadas”.
Violeta
A irmã se casou, tem uma filha já casada e, portanto, logo pode ser avó. O irmão mais moço já é homem feito e tem uma noiva. De modo que sobrou para Violeta (Aracy Balabanian) a tarefa de cuidar dos pais idosos em O Casarão (1976), novela de Lauro César Muniz. Especialmente do pai, Atílio (Mário Lago), já senil e cada vez mais desconectado da realidade. Violeta se apaixona, já perto dos 40 anos, justamente pelo grande amor da vida de sua mãe, Carolina (Yara Cortes): o pintor João Maciel (Paulo Gracindo).
Irene
Na novela Água Viva (1980), de Gilberto Braga, Eloísa Mafalda interpretou Irene. Secretária da clínica do renomado médico Miguel Fragonard (Raul Cortez), ela era o verdadeiro esteio da família, uma vez que seu irmão mais moço Evaldo (Mauro Mendonça) não deu certo na vida. Era Irene quem sustentava Evaldo, a cunhada Vilma (Aracy Cardoso) e a sobrinha, Janete (Lucélia Santos). A jovem discordava do modo de vida dos pais e incentivava a tia a viver sua própria vida. A certa altura da novela, Irene enfim ouviu os conselhos de Janete e iniciou um romance com Marciano (Francisco Dantas).
Mocinha: a “Viúva Virgem” firme na lembrança entre as solteironas das novelas
A população de Asa Branca a conhecia como “Viúva Virgem”. Tudo porque Mocinha (Lucinha Lins) fora noiva do mártir local, morto há 17 anos em combate com bandidos, e desde então nunca mais se envolveu com homem algum. Em Roque Santeiro (1985/86), de Dias Gomes, escrita com Aguinaldo Silva, a personagem marcou com seus rompantes histéricos e os surtos que a levavam a sair à noite vestida de noiva. Embora fosse apaixonado por Mocinha, o Professor Astromar (Rui Rezende) não conseguiu conquistá-la.
Carmosina
Grande amiga da personagem-título vivida por Betty Faria, em Tieta (1989/90) Carmosina (Arlete Salles) era a solteirona da vez. Ela vivia com a mãe, D. Milu (Mirian Pires), de quem herdou o cargo na agência dos Correios e o hábito de bisbilhotar a vida alheia. Com efeito, o famoso método do bico da chaleira, que amolecia a cola que lacrava as cartas, foi muito usado por elas a fim de saberem dos acontecimentos de foro íntimo dos habitantes de Santana do Agreste. Já passada dos 40, Carmosina ainda se mantinha “invicta”. Mas Tieta fez das suas e convocou Gladstone (Paulo José) para “inaugurá-la”. O fato estremeceu a amizade das duas, mas nada que o tempo não curasse. Sem dúvida, Carmosina está entre as diversas personagens marcantes desenvolvidas por Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares. A saber, aqui com base no romance de Jorge Amado.
Ilka Tibiriçá: lugar garantido entre as solteironas das novelas
Agora partindo da obra de Lima Barreto, o trio de autores criou Fera Ferida (1993/94). A novela apresentou outra das grandes solteironas da teledramaturgia. Ilka Tibiriçá (Cássia Kiss) era cunhada do prefeito de Tubiacanga, Demóstenes (José Wilker), e trabalhava na Prefeitura. Ilka era espezinhada por ele e pela irmã Salustiana (Joana Fomm), e se ocupava de fuxicar sobre a vida alheia na falta de coisa melhor. No entanto, ela se apaixonou pelo ex-atleta Ataliba Timbó (Paulo Gorgulho), e se empenhou bastante para curá-lo da impotência sexual que o acometia. As cenas românticas do casal ao som de “Al Di Lá”, com Emilio Pericoli, tema também do filme O Candelabro Italiano, estão na memória dos espectadores da novela.
Genésia
Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares criaram outra das marcantes solteironas das novelas. Júlia Lemmertz foi a Genésia de Porto dos Milagres (2001), cuja reprise chega ao fim esta semana no Canal Viva. Filha mais velha de Deodato (Flávio Galvão) e Epifânia (Cláudia Alencar), Genésia era o oposto da irmã, Socorrinho (Mônica Carvalho). Enquanto esta era sensual e alegre, aquela era mal-humorada, carola e infeliz. Até que o forasteiro Ezequiel (Vladimir Brichta) demonstra interesse por ela, no que foi correspondido, apesar das negativas. Na reta final da história, para fugir ao desejo que a consumia Genésia chegou a acertar tudo para ingressar num convento e se dedicar à vida religiosa, mas isso não se concretizou. Um bom patrimônio amealhado pela família tornou-a alvo da cobiça do falido Rodolfo Augusto (Marcelo Serrado), filho de Augusta Eugênia (Arlete Salles) e Oswaldo (Fúlvio Stefanini).